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AULAS PROGRAMADAS PARA A TURMA 1006
AULAS PROGRAMADAS PARA A TURMA 1006
Civilização Romana: Formação
Localizada na Península Itálica, expandiu-se para grande parte da Europa, Oriente e norte da África, tornando-se uma das mais gigantescas civilizações da História da Antiguidade Clássica.
Teorias de formação
São duas as teorias de formação de Roma. A Origem mitológica, narrada pelo poeta Virgílio, na Eneida, fala sobre os irmãos Rômulo e Remo. Já a Origem histórica, fala da fusão de povos, entre os quais os lígures e os séculos (autóctones) e os indo-europeus, como os Etruscos (norte), Latinos (centro) e Gregos (ao sul, provenientes da 2ª diáspora)
MONARQUIA - 753 a. C. - 509 a. C. - - Formação (revolta patrícia); poucas fontes.
REPÚBLICA - 509 a. C -27 a. C. - - Período mais abordado
IMPÉRIO- 27 a. C. – 476 d. C. - - Período mais retratado, com farta fonte histórica
MONARQUIA
Por se tratar do período mais longínquo da História de Roma, é também aquele que menos fontes históricas dispõe. O que sabemos é que a organização social era censitária, baseada na posse da terra. Formavam-se aí genos, pequenas comunidades familiares aos moldes daquelas que ocorreram também na Grécia.
Algumas considerações sobre a pirâmide social romana:
A primeira coisa é entender que os Patrícios, ou seja, os latifundiários que estacionavam no topo da pirâmide social, precisavam possuir terras por duas gerações. Isso quer dizer que, para ser Patrícios, era necessário, antes, ser neto de Patrício. Essa medida restringia bastante o status social e transformava esse patamar social bastante difícil de ser alcançado.
Outra questão muito importante se refere aos escravos. Quando nos deparamos com uma pirâmide social, temos a ideia de que suas divisões também representam quantidade. Logo, no desenho apresentado, pode-se ter a ideia de que a parcela de escravos é a que possui maior quantidade de indivíduos, o que, nesse momento, NÃO é verdade. Os escravos constituem uma pequena parcela da população nesse momento da História de Roma. Eles, no entanto, são os maiores responsáveis pelo trabalho, daí a ideia de que o Modo de Produção Romano é Escravista. Os escravos até então eram contraídos por dívidas não pagas (e aí a escravidão era eterna!) ou através de guerras vencidas pelos romanos. Enfim, para esse caso específico de Roma, o mais interessante na representação gráfica seria um “losango social” no lugar da pirâmide.
REPÚBLICA
A República é, sem dúvida, a fase romana mais abordada nos vestibulares. A explicação é simples: é um período de extensas mudanças no quadro político e social.
Ela se forma a partir de uma revolta dos Patrícios, ocorrida por volta do ano 509 a. C.. A República, portanto, representa a fase do poder Patrício. Esse poder, no entanto, era dividido da seguinte forma:
CONSULADO (Poder Executivo)
Dois Cônsules com mandato de um ano eleitos com voto direto e censitário.
SENADO (Poder Legislativo)
Momeado pelo Consulado, era composto por 300 Patrícios que podiam convocar a Ditadura, uma espécie de governo militar que governaria sem limites por seis meses (prorrogáveis por mais seis) em caso de tensões sociais.
MAGISTRADOS (todos eleitos)
Eram dividos em: Pretores (o Poder Judiciário); Censores (cuidavam da divisão por renda da sociedade); Edis (eram administradores municipais); e Questores (tesoureiros).
As eleições dos Pretores, Censores, Edis e Questores, aconteciam por meios das Assembleias Centuriais. Elas eram compostas da seguinte maneira:
98 Centúrias Patrícias = 9.800 votos (porque 98 x 100 = 9.800);
95 Centúrias Plebeias = 9.500 votos.
Mole perceber que jamais um representante Plebeu conseguiria uma eleição para um cargo Magistrado. Não há isonomia na eleição romana do período.
Sociedade na República
Como já foi mencionado, a sociedade republicana em Roma era escravista, mas não pelo número de escravos, mas pela divisão social. ela também era patriarcal. Isso significava que, para um romano ser considerado cidadão pleno, era necessário ter família e, depois, filhos. Esses filhos eram propriedade do pai, que pode ou não reconhecê-los e testá-los.
O período republicano também foi marcado pelas lutas sociais dos Plebeus. Excluídos do todo político, esse grupo rivalizou com os Patrícios na intenção de conseguir mais terras, o que garantiria maiores direitos. Em 494 a. C., os Plebeus organizaram uma greve geral que deu origem a reformas legislativas. Esse período marca a conquistas de alguns direitos, entre os quais:
- Criação do cargo de Tribuno na Plebe (2 Plebeus e, mais tarde 10, que tinha o poder de veto sobre o Senado);
- As leis passaram a ser escritas, o que garantia maior fidelidade e isonomia entre todos. O primeiro código de leis foi a Lei das XII Tábuas;
- Igualdade jurídica (base do Direito Romano e atual);
- Lei Licínia Sêxtia (todas as terras conquistadas por Roma seriam destinadas aos Plebeus além de garantir que um dos dois cônsules eleitos deveria ser Plebeu);
- Lei Canuleia (garantia liberdade para o casamento entre Patrícios e Plebeus);
- Fim da escravidão por dívida (o que gerou grande impulso à expansão romana);
- Lei Hortência (garantia que decisões tomadas por Plebeus em assembleias populares – os plebiscitos – teria valor de lei).
Guerras Púnicas (246 – 146 a. C.) “Mare Nostrum”
As Guerras Púnicas foram conflitos que envolveram os Romanos e os Cartagineses (Fenícios do norte da África, também conhecidos como Punis). Roma vence a guerra em três batalhas e varre Cartago do mapa. Após a vitória, a terra é salgada, o que passa mensagens aos derrotados e futuros desafiadores do exército Romano: a primeira é de que Roma não precisa de terras, uma vez que terra salgada é terra infértil; a segunda é de que Roma esbanja poder econômico, já que o sal é uma especiaria cara.
Mesmo em vigor, a Lei Licínia Sêxtia não é respeitada e as terras conquistadas não são divididas entre os Plebeus. Assim, há a formação de latifúndios que ficam nas mãos dos Patrícios e, principalmente, dos Generais. Essa fase é conhecida como militarização do Roma, uma vez que militares que conseguem terras, viram Patrícios e podem se transformar em Senadores.
Atentem para o fato de que quanto mais terras Roma conquista, mais escravos ela possui. Nesse sentido, o camponês, aquele que vive da terra, fica ocioso e é obrigado a migrar para a cidade (êxodo rural). Essa ampliação de terras – que podemos chamar de colonialismo romano – leva a um controle inflacionário, uma vez que + terras >> + produtos >> + escravos >> - preço. Os Plebeus, por sua vez, sem terras, ficam ainda mais prejudicados financeiramente.
É nesse cenário de empobrecimento da Plebe, que sua representação ganha força e forma. Do ano de 131 a 121 a. C., os irmãos Graco, talvez os mais importantes Tribunos da Plebe, empreendem um projeto de reforma agrária. Em 131 a. C., Tibério Graco propõe e Lei Agrária que objetivava o cumprimento da Lei Licínia, sob o argumento de que “terra ocupada, era terra protegida”, ou seja, a distribuição de terras aos Plebeus garantiria também proteção territorial.
Obviamente, Tibério recebeu forte oposição no Senado, sobretudo dos Generais, acabando por ser assassinado.
Já em 123 a. C., o irmão de Tibério, Caio, propõe uma nova Lei Agrária (nos mesmos moldes da anterior) e a Lei Frumentária, que obrigava o governo a subsidiar o preço do trigo (lembrando que pão e vinho para um romano eram essenciais). Não conseguindo a aprovação e prática da Lei, Caio se suicida em forma de protesto. Em Roma, o suicídio era a maior forma de protesto existente.
O suicídio da Caio leva a uma grande revolta plebeia, que vai do ano de 121 até 110 a. C.
Crise na República
A série revoltas plebeias ocorridas entre os anos de 121 e 110 a.C. levaram a República a ameaça de uma guerra civil. Se lembrarmos de que o Senado tinha o poder de instalar a Ditadura para controlar tensões sociais, melhor momento para isso não existia. No entanto, esse período que deveria durar no máximo um ano (6 meses + 6 meses), se estende por muito mais tempo. Vejamos quais foram os ditadores:
GAL. MÁRIO (110 – 86 A.C.)
Tio de Júlio César. Perseguido pelo Senado por conta de suas práticas personalistas.
Retira o poder do Senado e empreende uma reforma militar, abrindo o exército aos Plebeus. Institui o soldo, ou seja, o pagamento em sal para os soldados. Esse pagamento não era realizado pelo Estado, ficando a cargo dos próprios Generais. Assim, o vínculo entre a elite militar e os soldados aumentava, logo, o poder dos Generais também. É a ampliação da militarização de Roma.
GAL. SILA (82 – 79 A.C.)
Momento da restauração republicana.
Mais ligado aos Patrícios, Sila empreende uma perseguição aos seguidores de Mário além de devolver o poder de deliberação ao Senado.
GAL. CRASSO (73 – 71 A.C.)
Controlados da Revolta de Sparthacus.
Durante os anos de 73 a 71 a. C., os escravos romanos se revoltaram e o Gal. Crasso foi incumbido de resolver a situação. A impressão que se passava nesse momento era que somente militares conseguiria estabelecer a ordem em Roma.
Nesse cenário de intensa militarização, ocorre, em 60 a. C., mais uma eleição para o consulado e dois Generais são eleitos: Pompeu e Crasso. Lembremos que Generais são Patrícios e a Lei Licínia também exigia que ao menos um Cônsul deveria ser Plebeu, o que não ocorreu nessa eleição. Ela, portanto, foi vista como uma eleição golpista. Somente o apoio popular garantiria os dois Generais no poder.
A solução encontrada foi a criação de um Triunvirato, ou seja, governo formado por três pessoas. O nome certo para essa composição era o de Júlio César, General adorado pela Plebe. Júlio geralmente andava pelas ruas de Roma com moedas nos bolsos para distribuí-las junto aos pobres e necessitados; é por isso que sua chegada efetiva ao poder é vista como o início da política do “pão e circo”.
1º Triunvirato: a divisão da República em três
Em 60 a. C. é instituído o primeiro Triunvirato. Estão no poder, além de Crasso e Pompeu, também Júlio César. Nesse momento o Senado é apenas um órgão figurativo. O acordo estabelecido entre os três governantes é de que um Triúnviro não pode entrar no território do outro Triúnviro com exércitos.
Em 54 a.C., o Gal. Crasso, na tentativa de ocupar terrar ao oriente, comente um erro que custa sua vida e passa à História como “um erra crasso”.
Júlio César, militar em essência e que combatia na Gália, é colocado na ilegalidade por Pompeu, que julga perigoso o aumento de poder por parte de Júlio, considerando-o uma ameaça. Ao receber a notícia, Júlio proclama o lema dos conflitos que seguiram: “Alea jacta est” ou “A sorte está lançada”. Marchando até Roma, cruza o Rio Rubicão com poderosos exércitos (a 13ª Legião, leal a Júlio César, é quase como o Bope da época!), força a fuga de Pompeu para o Egito. Considera-se esse momento como a Apoteose de Júlio César que, com seus exércitos e apoio popular, desfila em Roma.
A partir de 49 a.C., perdurando até 44 a. C., constatamos o início do Principado de César. Reparem que, ao contrário do que é comumente divulgado, Júlio César não foi Imperador de Roma. Nessa fase, ele é um autocrata, ou seja, concentra todos os poderes em suas mãos, além de acumular inúmeros títulos, como o de Ditador Perpétuo, Cônsul Vitalício e Primeiro Cônsul. Com forte oposição, é assassinado no Senado no ano de 44 a. C. proferindo a célebre frase “Até tu, Brutus?”.
2º Triunvirato
O segundo Triunvirato foi composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido. Entendendo o porquê dessa formação, temos em Marco Antônio um General egocêntrico, mas muito próximo a Júlio César. Era visto, portanto, como herdeiro natural após o assassinado de Júlio. Em Otávio, sobrinho de Júlio César, vemos uma jovem inexperiente em batalhas, mas muito inteligente. Já em Lépido, temos a fortuna romana, ou seja, o patrocínio do dinheiro à política.
Otávio, mesmo sendo sobrinho, foi testado por Júlio César, ou seja, foi considerado seu filho legítimo por testamento. Lembremos que isso é possível e até comum na Roma daquela época. Esse testamento, no entanto, coloca Marco Antônio em rota de colisão com Otávio. Eles, no entanto, decidem dividir o território imperial e formar um novo Triunvirato. Otávio fica com as possessões romanas. Marco Antônio exige o Egito, de olho na produção de trigo e na venda do produto a Otávio. A Lépido coube o oriente.
Marco Antônio no Egito logo se envolve com Cleópatra. Essa, por sua, já tinha se envolvido com Júlio César em vida e dado à luz a um filho de nome Cesário. Um filho “de sangue” pode ser visto como uma ameaça à herança de Júlio César a Otávio. Logo, a rivalidade entre Otávio e Marco Antônio é ampliada.
Otávio apela à xenofobia romana, ou seja, a aversão ao estrangeiro muito característica do império àquela época. Otávio divulga que o herdeiro de Júlio César não era romano e que Marco Antônio adora outros deuses. Finalmente em 31 a. C., na Batalha de Actium, Otávio derrota Marco Antônio e tira Lépido de cena, dando início ao seu principado, que vai do ano de 31 até 27 a.C. Nessa fase, Otávio alinha os poderes militar, político e religioso, recebendo o título de Primeiro Senador, Tribuno da Plebe, Sumo Pontífice e, por fim, Imperador. Essa fase da política romana pode ser dividida em duas: Alto e Baixo Império.
Alto Império: século I a. C. ao século III d. C.
Algumas características desse período são a militarização da sociedade e expansão da sociedade, o que, de certa maneira, deixa a plebe sem empregos.
Após Otávio, outros imperadores se revezaram no poder. Como nosso intuito histórico não é conteudista, a relação com os nomes de todos os personagens imperiais é desnecessária. Damos atenção mais às causas que vão levar ao enfraquecimento e posterior queda do Império Romano, no ano de 476, século V, portanto.
Baixo Império: século IV ao século V
O esquema abaixo traz as causas da degradação do Império Romano do Ocidente. Analise com atenção:
Pax Romana: Diminuição no ritmo de expansão coloca o modo de produção escravista em xeque. Os Generais, proprietários da maioria das terras, não conseguem administrar seus territórios.
Surgimento do Cristianismo: Monoteísmo cristão entre em choque com o politeísmo romano; a noção de divindade do Imperador foi questionada; a valorização não da vida material, mas da espiritual; a expansão religiosa entre os Plebeus; e a perseguição aos cristãos.
"Pão e Circo": O alto índice de desemprego entre os Plebeus podia gerar conflitos. Para conter essa ameaça, vários espetáculos eram realizados, bem como vários feriados eram decretados e alimentos distribuídos.
GRÉCIA
Parte do estudo sobre a Antiguidade Clássica dá ênfase à civilização grega. Esse também é um tema que já foi abordado em questões de Filosofia. Obviamente que a Grécia atual tem pouco da Grécia da Antiguidade. O desenvolvimento dessa civilização ocorreu na península balcânica, com litoral recortado e solo montanhoso. Esse tipo de solo prejudicava a agricultura, logo, os primeiros a se estabelecerem na região precisaram procurar novas formas de sobrevivência.
A partir do século XX a. C. uma onda migratória é verificada. Entre os povos que chegaram à região e formaram o que veríamos a chamar de “pré-Grécia” (ou civilização creto-micênica), estavam os Aqueus, os Eólicos e os Jônios, que tinham uma organização econômica baseada no comércio marítimo (talassocracia).
Já no século XV a. C., outros povos chegaram à região com destaque para os Dórios, povo que vivia de conquistas. Essa chegada forçou os creto-micênicos a fugir do sul para o interior (1400-1200 a.C). Esse movimento é conhecido como 1ª diáspora grega. Boa parte da História da Grécia nesse período é contada pelo poeta Homero, através de suas conhecidas obras A Ilíada e A Odisseia, por isso também podemos chamar o esse momento de período de transição do pré-homérico para o homérico.
A fuga para o interior do território deu origem à formação de pequenos grupos. Eles eram chamados de Genos (ou comunidade gentílicas). Portanto, os Genos eram pequenas comunidades familiares formadas após a 1ª Diáspora, tinham a propriedade coletiva da terra e, após crescerem de tamanho, tinham a liderança do Pater. A partir dos séculos X e VIII a. C.), verifica-se um crescimento demográfico que revela problemas com a falta de terras. Quando maior o aumento demográfico, maior a dificuldade em conseguir terras para a sobrevivência, já que o solo era montanhoso e ruim. É fácil prever que conflitos não tardariam a acontecer (acompanhe no esquema).
As comunidades gentílicas passaram, então, por um processo de atualização. Da união dos Genos, formaram-se as Fátrias que unidas, por sua vez, deram origem às Tribos. Da união das Tribos, surgiram as Demos.
A resolução para a falta de terras consistia na óbvia conquista de novas. Tem início a colonização grega que garante um apoio à expansão através do Mar Mediterrâneo e do Mar Egeu. É o momento da 2ª Diáspora Grega.
Surgem, junto com a colonização, a forma avançada das Demos: a Pólis (cidade-estado) que possuía autonomia política, econômica e militar. Eram independentes por conta da distância umas das outras e também por conta do montanhoso relevo, mas tinham uma base cultural comum como, por exemplo, a mesma língua e a mesma religião, a mitologia.
MONARQUIA - 753 a. C. - 509 a. C. - - Formação (revolta patrícia); poucas fontes.
REPÚBLICA - 509 a. C -27 a. C. - - Período mais abordado
IMPÉRIO- 27 a. C. – 476 d. C. - - Período mais retratado, com farta fonte histórica
MONARQUIA
Por se tratar do período mais longínquo da História de Roma, é também aquele que menos fontes históricas dispõe. O que sabemos é que a organização social era censitária, baseada na posse da terra. Formavam-se aí genos, pequenas comunidades familiares aos moldes daquelas que ocorreram também na Grécia.
Algumas considerações sobre a pirâmide social romana:
A primeira coisa é entender que os Patrícios, ou seja, os latifundiários que estacionavam no topo da pirâmide social, precisavam possuir terras por duas gerações. Isso quer dizer que, para ser Patrícios, era necessário, antes, ser neto de Patrício. Essa medida restringia bastante o status social e transformava esse patamar social bastante difícil de ser alcançado.
Outra questão muito importante se refere aos escravos. Quando nos deparamos com uma pirâmide social, temos a ideia de que suas divisões também representam quantidade. Logo, no desenho apresentado, pode-se ter a ideia de que a parcela de escravos é a que possui maior quantidade de indivíduos, o que, nesse momento, NÃO é verdade. Os escravos constituem uma pequena parcela da população nesse momento da História de Roma. Eles, no entanto, são os maiores responsáveis pelo trabalho, daí a ideia de que o Modo de Produção Romano é Escravista. Os escravos até então eram contraídos por dívidas não pagas (e aí a escravidão era eterna!) ou através de guerras vencidas pelos romanos. Enfim, para esse caso específico de Roma, o mais interessante na representação gráfica seria um “losango social” no lugar da pirâmide.
REPÚBLICA
A República é, sem dúvida, a fase romana mais abordada nos vestibulares. A explicação é simples: é um período de extensas mudanças no quadro político e social.
Ela se forma a partir de uma revolta dos Patrícios, ocorrida por volta do ano 509 a. C.. A República, portanto, representa a fase do poder Patrício. Esse poder, no entanto, era dividido da seguinte forma:
CONSULADO (Poder Executivo)
Dois Cônsules com mandato de um ano eleitos com voto direto e censitário.
SENADO (Poder Legislativo)
Momeado pelo Consulado, era composto por 300 Patrícios que podiam convocar a Ditadura, uma espécie de governo militar que governaria sem limites por seis meses (prorrogáveis por mais seis) em caso de tensões sociais.
MAGISTRADOS (todos eleitos)
Eram dividos em: Pretores (o Poder Judiciário); Censores (cuidavam da divisão por renda da sociedade); Edis (eram administradores municipais); e Questores (tesoureiros).
As eleições dos Pretores, Censores, Edis e Questores, aconteciam por meios das Assembleias Centuriais. Elas eram compostas da seguinte maneira:
98 Centúrias Patrícias = 9.800 votos (porque 98 x 100 = 9.800);
95 Centúrias Plebeias = 9.500 votos.
Mole perceber que jamais um representante Plebeu conseguiria uma eleição para um cargo Magistrado. Não há isonomia na eleição romana do período.
Sociedade na República
Como já foi mencionado, a sociedade republicana em Roma era escravista, mas não pelo número de escravos, mas pela divisão social. ela também era patriarcal. Isso significava que, para um romano ser considerado cidadão pleno, era necessário ter família e, depois, filhos. Esses filhos eram propriedade do pai, que pode ou não reconhecê-los e testá-los.
O período republicano também foi marcado pelas lutas sociais dos Plebeus. Excluídos do todo político, esse grupo rivalizou com os Patrícios na intenção de conseguir mais terras, o que garantiria maiores direitos. Em 494 a. C., os Plebeus organizaram uma greve geral que deu origem a reformas legislativas. Esse período marca a conquistas de alguns direitos, entre os quais:
- Criação do cargo de Tribuno na Plebe (2 Plebeus e, mais tarde 10, que tinha o poder de veto sobre o Senado);
- As leis passaram a ser escritas, o que garantia maior fidelidade e isonomia entre todos. O primeiro código de leis foi a Lei das XII Tábuas;
- Igualdade jurídica (base do Direito Romano e atual);
- Lei Licínia Sêxtia (todas as terras conquistadas por Roma seriam destinadas aos Plebeus além de garantir que um dos dois cônsules eleitos deveria ser Plebeu);
- Lei Canuleia (garantia liberdade para o casamento entre Patrícios e Plebeus);
- Fim da escravidão por dívida (o que gerou grande impulso à expansão romana);
- Lei Hortência (garantia que decisões tomadas por Plebeus em assembleias populares – os plebiscitos – teria valor de lei).
Guerras Púnicas (246 – 146 a. C.) “Mare Nostrum”
As Guerras Púnicas foram conflitos que envolveram os Romanos e os Cartagineses (Fenícios do norte da África, também conhecidos como Punis). Roma vence a guerra em três batalhas e varre Cartago do mapa. Após a vitória, a terra é salgada, o que passa mensagens aos derrotados e futuros desafiadores do exército Romano: a primeira é de que Roma não precisa de terras, uma vez que terra salgada é terra infértil; a segunda é de que Roma esbanja poder econômico, já que o sal é uma especiaria cara.
Mesmo em vigor, a Lei Licínia Sêxtia não é respeitada e as terras conquistadas não são divididas entre os Plebeus. Assim, há a formação de latifúndios que ficam nas mãos dos Patrícios e, principalmente, dos Generais. Essa fase é conhecida como militarização do Roma, uma vez que militares que conseguem terras, viram Patrícios e podem se transformar em Senadores.
Atentem para o fato de que quanto mais terras Roma conquista, mais escravos ela possui. Nesse sentido, o camponês, aquele que vive da terra, fica ocioso e é obrigado a migrar para a cidade (êxodo rural). Essa ampliação de terras – que podemos chamar de colonialismo romano – leva a um controle inflacionário, uma vez que + terras >> + produtos >> + escravos >> - preço. Os Plebeus, por sua vez, sem terras, ficam ainda mais prejudicados financeiramente.
É nesse cenário de empobrecimento da Plebe, que sua representação ganha força e forma. Do ano de 131 a 121 a. C., os irmãos Graco, talvez os mais importantes Tribunos da Plebe, empreendem um projeto de reforma agrária. Em 131 a. C., Tibério Graco propõe e Lei Agrária que objetivava o cumprimento da Lei Licínia, sob o argumento de que “terra ocupada, era terra protegida”, ou seja, a distribuição de terras aos Plebeus garantiria também proteção territorial.
Obviamente, Tibério recebeu forte oposição no Senado, sobretudo dos Generais, acabando por ser assassinado.
Já em 123 a. C., o irmão de Tibério, Caio, propõe uma nova Lei Agrária (nos mesmos moldes da anterior) e a Lei Frumentária, que obrigava o governo a subsidiar o preço do trigo (lembrando que pão e vinho para um romano eram essenciais). Não conseguindo a aprovação e prática da Lei, Caio se suicida em forma de protesto. Em Roma, o suicídio era a maior forma de protesto existente.
O suicídio da Caio leva a uma grande revolta plebeia, que vai do ano de 121 até 110 a. C.
Crise na República
A série revoltas plebeias ocorridas entre os anos de 121 e 110 a.C. levaram a República a ameaça de uma guerra civil. Se lembrarmos de que o Senado tinha o poder de instalar a Ditadura para controlar tensões sociais, melhor momento para isso não existia. No entanto, esse período que deveria durar no máximo um ano (6 meses + 6 meses), se estende por muito mais tempo. Vejamos quais foram os ditadores:
GAL. MÁRIO (110 – 86 A.C.)
Tio de Júlio César. Perseguido pelo Senado por conta de suas práticas personalistas.
Retira o poder do Senado e empreende uma reforma militar, abrindo o exército aos Plebeus. Institui o soldo, ou seja, o pagamento em sal para os soldados. Esse pagamento não era realizado pelo Estado, ficando a cargo dos próprios Generais. Assim, o vínculo entre a elite militar e os soldados aumentava, logo, o poder dos Generais também. É a ampliação da militarização de Roma.
GAL. SILA (82 – 79 A.C.)
Momento da restauração republicana.
Mais ligado aos Patrícios, Sila empreende uma perseguição aos seguidores de Mário além de devolver o poder de deliberação ao Senado.
GAL. CRASSO (73 – 71 A.C.)
Controlados da Revolta de Sparthacus.
Durante os anos de 73 a 71 a. C., os escravos romanos se revoltaram e o Gal. Crasso foi incumbido de resolver a situação. A impressão que se passava nesse momento era que somente militares conseguiria estabelecer a ordem em Roma.
Nesse cenário de intensa militarização, ocorre, em 60 a. C., mais uma eleição para o consulado e dois Generais são eleitos: Pompeu e Crasso. Lembremos que Generais são Patrícios e a Lei Licínia também exigia que ao menos um Cônsul deveria ser Plebeu, o que não ocorreu nessa eleição. Ela, portanto, foi vista como uma eleição golpista. Somente o apoio popular garantiria os dois Generais no poder.
A solução encontrada foi a criação de um Triunvirato, ou seja, governo formado por três pessoas. O nome certo para essa composição era o de Júlio César, General adorado pela Plebe. Júlio geralmente andava pelas ruas de Roma com moedas nos bolsos para distribuí-las junto aos pobres e necessitados; é por isso que sua chegada efetiva ao poder é vista como o início da política do “pão e circo”.
1º Triunvirato: a divisão da República em três
Em 60 a. C. é instituído o primeiro Triunvirato. Estão no poder, além de Crasso e Pompeu, também Júlio César. Nesse momento o Senado é apenas um órgão figurativo. O acordo estabelecido entre os três governantes é de que um Triúnviro não pode entrar no território do outro Triúnviro com exércitos.
Em 54 a.C., o Gal. Crasso, na tentativa de ocupar terrar ao oriente, comente um erro que custa sua vida e passa à História como “um erra crasso”.
Júlio César, militar em essência e que combatia na Gália, é colocado na ilegalidade por Pompeu, que julga perigoso o aumento de poder por parte de Júlio, considerando-o uma ameaça. Ao receber a notícia, Júlio proclama o lema dos conflitos que seguiram: “Alea jacta est” ou “A sorte está lançada”. Marchando até Roma, cruza o Rio Rubicão com poderosos exércitos (a 13ª Legião, leal a Júlio César, é quase como o Bope da época!), força a fuga de Pompeu para o Egito. Considera-se esse momento como a Apoteose de Júlio César que, com seus exércitos e apoio popular, desfila em Roma.
A partir de 49 a.C., perdurando até 44 a. C., constatamos o início do Principado de César. Reparem que, ao contrário do que é comumente divulgado, Júlio César não foi Imperador de Roma. Nessa fase, ele é um autocrata, ou seja, concentra todos os poderes em suas mãos, além de acumular inúmeros títulos, como o de Ditador Perpétuo, Cônsul Vitalício e Primeiro Cônsul. Com forte oposição, é assassinado no Senado no ano de 44 a. C. proferindo a célebre frase “Até tu, Brutus?”.
2º Triunvirato
O segundo Triunvirato foi composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido. Entendendo o porquê dessa formação, temos em Marco Antônio um General egocêntrico, mas muito próximo a Júlio César. Era visto, portanto, como herdeiro natural após o assassinado de Júlio. Em Otávio, sobrinho de Júlio César, vemos uma jovem inexperiente em batalhas, mas muito inteligente. Já em Lépido, temos a fortuna romana, ou seja, o patrocínio do dinheiro à política.
Otávio, mesmo sendo sobrinho, foi testado por Júlio César, ou seja, foi considerado seu filho legítimo por testamento. Lembremos que isso é possível e até comum na Roma daquela época. Esse testamento, no entanto, coloca Marco Antônio em rota de colisão com Otávio. Eles, no entanto, decidem dividir o território imperial e formar um novo Triunvirato. Otávio fica com as possessões romanas. Marco Antônio exige o Egito, de olho na produção de trigo e na venda do produto a Otávio. A Lépido coube o oriente.
Marco Antônio no Egito logo se envolve com Cleópatra. Essa, por sua, já tinha se envolvido com Júlio César em vida e dado à luz a um filho de nome Cesário. Um filho “de sangue” pode ser visto como uma ameaça à herança de Júlio César a Otávio. Logo, a rivalidade entre Otávio e Marco Antônio é ampliada.
Otávio apela à xenofobia romana, ou seja, a aversão ao estrangeiro muito característica do império àquela época. Otávio divulga que o herdeiro de Júlio César não era romano e que Marco Antônio adora outros deuses. Finalmente em 31 a. C., na Batalha de Actium, Otávio derrota Marco Antônio e tira Lépido de cena, dando início ao seu principado, que vai do ano de 31 até 27 a.C. Nessa fase, Otávio alinha os poderes militar, político e religioso, recebendo o título de Primeiro Senador, Tribuno da Plebe, Sumo Pontífice e, por fim, Imperador. Essa fase da política romana pode ser dividida em duas: Alto e Baixo Império.
Alto Império: século I a. C. ao século III d. C.
Algumas características desse período são a militarização da sociedade e expansão da sociedade, o que, de certa maneira, deixa a plebe sem empregos.
Após Otávio, outros imperadores se revezaram no poder. Como nosso intuito histórico não é conteudista, a relação com os nomes de todos os personagens imperiais é desnecessária. Damos atenção mais às causas que vão levar ao enfraquecimento e posterior queda do Império Romano, no ano de 476, século V, portanto.
Baixo Império: século IV ao século V
O esquema abaixo traz as causas da degradação do Império Romano do Ocidente. Analise com atenção:
Pax Romana: Diminuição no ritmo de expansão coloca o modo de produção escravista em xeque. Os Generais, proprietários da maioria das terras, não conseguem administrar seus territórios.
Surgimento do Cristianismo: Monoteísmo cristão entre em choque com o politeísmo romano; a noção de divindade do Imperador foi questionada; a valorização não da vida material, mas da espiritual; a expansão religiosa entre os Plebeus; e a perseguição aos cristãos.
"Pão e Circo": O alto índice de desemprego entre os Plebeus podia gerar conflitos. Para conter essa ameaça, vários espetáculos eram realizados, bem como vários feriados eram decretados e alimentos distribuídos.
GRÉCIA
Parte do estudo sobre a Antiguidade Clássica dá ênfase à civilização grega. Esse também é um tema que já foi abordado em questões de Filosofia. Obviamente que a Grécia atual tem pouco da Grécia da Antiguidade. O desenvolvimento dessa civilização ocorreu na península balcânica, com litoral recortado e solo montanhoso. Esse tipo de solo prejudicava a agricultura, logo, os primeiros a se estabelecerem na região precisaram procurar novas formas de sobrevivência.
A partir do século XX a. C. uma onda migratória é verificada. Entre os povos que chegaram à região e formaram o que veríamos a chamar de “pré-Grécia” (ou civilização creto-micênica), estavam os Aqueus, os Eólicos e os Jônios, que tinham uma organização econômica baseada no comércio marítimo (talassocracia).
Já no século XV a. C., outros povos chegaram à região com destaque para os Dórios, povo que vivia de conquistas. Essa chegada forçou os creto-micênicos a fugir do sul para o interior (1400-1200 a.C). Esse movimento é conhecido como 1ª diáspora grega. Boa parte da História da Grécia nesse período é contada pelo poeta Homero, através de suas conhecidas obras A Ilíada e A Odisseia, por isso também podemos chamar o esse momento de período de transição do pré-homérico para o homérico.
A fuga para o interior do território deu origem à formação de pequenos grupos. Eles eram chamados de Genos (ou comunidade gentílicas). Portanto, os Genos eram pequenas comunidades familiares formadas após a 1ª Diáspora, tinham a propriedade coletiva da terra e, após crescerem de tamanho, tinham a liderança do Pater. A partir dos séculos X e VIII a. C.), verifica-se um crescimento demográfico que revela problemas com a falta de terras. Quando maior o aumento demográfico, maior a dificuldade em conseguir terras para a sobrevivência, já que o solo era montanhoso e ruim. É fácil prever que conflitos não tardariam a acontecer (acompanhe no esquema).
As comunidades gentílicas passaram, então, por um processo de atualização. Da união dos Genos, formaram-se as Fátrias que unidas, por sua vez, deram origem às Tribos. Da união das Tribos, surgiram as Demos.
A resolução para a falta de terras consistia na óbvia conquista de novas. Tem início a colonização grega que garante um apoio à expansão através do Mar Mediterrâneo e do Mar Egeu. É o momento da 2ª Diáspora Grega.
Surgem, junto com a colonização, a forma avançada das Demos: a Pólis (cidade-estado) que possuía autonomia política, econômica e militar. Eram independentes por conta da distância umas das outras e também por conta do montanhoso relevo, mas tinham uma base cultural comum como, por exemplo, a mesma língua e a mesma religião, a mitologia.