[CEC Rep] 1º ano Antiguidade Clássica

ATENÇÃO: Este texto foi entregue em folha na sala. Se você não recebeu, solicite um cópia ao professor.
AULAS PROGRAMADAS PARA A TURMA 1006

Civilização Romana: Formação

Localizada na Península Itálica, expandiu-se para grande parte da Europa, Oriente e norte da África, tornando-se uma das mais gigantescas civilizações da História da Antiguidade Clássica.

Teorias de formação

São duas as teorias de formação de Roma. A Origem mitológica, narrada pelo poeta Virgílio, na Eneida, fala sobre os irmãos Rômulo e Remo. Já a Origem histórica, fala da fusão de povos, entre os quais os lígures e os séculos (autóctones) e os indo-europeus, como os Etruscos (norte), Latinos (centro) e Gregos (ao sul, provenientes da 2ª diáspora)

MONARQUIA - 753 a. C. - 509 a. C. - - Formação (revolta patrícia); poucas fontes.
REPÚBLICA - 509 a. C -27 a. C. - -  Período mais abordado
IMPÉRIO- 27 a. C. – 476 d. C. - - Período mais retratado, com farta fonte histórica

MONARQUIA

Por se tratar do período mais longínquo da História de Roma, é também aquele que menos fontes históricas dispõe. O que sabemos é que a organização social era censitária, baseada na posse da terra. Formavam-se aí genos, pequenas comunidades familiares aos moldes daquelas que ocorreram também na Grécia.

Algumas considerações sobre a pirâmide social romana:

A primeira coisa é entender que os Patrícios, ou seja, os latifundiários que estacionavam no topo da pirâmide social, precisavam possuir terras por duas gerações. Isso quer dizer que, para ser Patrícios, era necessário, antes, ser neto de Patrício. Essa medida restringia bastante o status social e transformava esse patamar social bastante difícil de ser alcançado.

Outra questão muito importante se refere aos escravos. Quando nos deparamos com uma pirâmide social, temos a ideia de que suas divisões também representam quantidade. Logo, no desenho apresentado, pode-se ter a ideia de que a parcela de escravos é a que possui maior quantidade de indivíduos, o que, nesse momento, NÃO é verdade. Os escravos constituem uma pequena parcela da população nesse momento da História de Roma. Eles, no entanto, são os maiores responsáveis pelo trabalho, daí a ideia de que o Modo de Produção Romano é Escravista. Os escravos até então eram contraídos por dívidas não pagas (e aí a escravidão era eterna!) ou através de guerras vencidas pelos romanos. Enfim, para esse caso específico de Roma, o mais interessante na representação gráfica seria um “losango social” no lugar da pirâmide.

REPÚBLICA

A República é, sem dúvida, a fase romana mais abordada nos vestibulares. A explicação é simples: é um período de extensas mudanças no quadro político e social.

Ela se forma a partir de uma revolta dos Patrícios, ocorrida por volta do ano 509 a. C.. A República, portanto, representa a fase do poder Patrício. Esse poder, no entanto, era dividido da seguinte forma:

CONSULADO (Poder Executivo)
Dois Cônsules com mandato de um ano eleitos com voto direto e censitário.

SENADO (Poder Legislativo)
Momeado pelo Consulado, era composto por 300 Patrícios que podiam convocar a Ditadura, uma espécie de governo militar que governaria sem limites por seis meses (prorrogáveis por mais seis) em caso de tensões sociais.

MAGISTRADOS (todos eleitos)
Eram dividos em: Pretores (o Poder Judiciário); Censores (cuidavam da divisão por renda da sociedade); Edis (eram administradores municipais); e Questores (tesoureiros).

As eleições dos Pretores, Censores, Edis e Questores, aconteciam por meios das Assembleias Centuriais. Elas eram compostas da seguinte maneira:

98 Centúrias Patrícias = 9.800 votos (porque 98 x 100 = 9.800);
95 Centúrias Plebeias = 9.500 votos.

Mole perceber que jamais um representante Plebeu conseguiria uma eleição para um cargo Magistrado. Não há isonomia na eleição romana do período.

Sociedade na República

Como já foi mencionado, a sociedade republicana em Roma era escravista, mas não pelo número de escravos, mas pela divisão social. ela também era patriarcal. Isso significava que, para um romano ser considerado cidadão pleno, era necessário ter família e, depois, filhos. Esses filhos eram propriedade do pai, que pode ou não reconhecê-los e testá-los.

O período republicano também foi marcado pelas lutas sociais dos Plebeus. Excluídos do todo político, esse grupo rivalizou com os Patrícios na intenção de conseguir mais terras, o que garantiria maiores direitos. Em 494 a. C., os Plebeus organizaram uma greve geral que deu origem a reformas legislativas. Esse período marca a conquistas de alguns direitos, entre os quais:

- Criação do cargo de Tribuno na Plebe (2 Plebeus e, mais tarde 10, que tinha o poder de veto sobre o Senado);
- As leis passaram a ser escritas, o que garantia maior fidelidade e isonomia entre todos. O primeiro código de leis foi a Lei das XII Tábuas;
- Igualdade jurídica (base do Direito Romano e atual);
- Lei Licínia Sêxtia (todas as terras conquistadas por Roma seriam destinadas aos Plebeus além de garantir que um dos dois cônsules eleitos deveria ser Plebeu);
- Lei Canuleia (garantia liberdade para o casamento entre Patrícios e Plebeus);
- Fim da escravidão por dívida (o que gerou grande impulso à expansão romana);
- Lei Hortência (garantia que decisões tomadas por Plebeus em assembleias populares – os plebiscitos – teria valor de lei).

Guerras Púnicas (246 – 146 a. C.) “Mare Nostrum”

As Guerras Púnicas foram conflitos que envolveram os Romanos e os Cartagineses (Fenícios do norte da África, também conhecidos como Punis). Roma vence a guerra em três batalhas e varre Cartago do mapa. Após a vitória, a terra é salgada, o que passa mensagens aos derrotados e futuros desafiadores do exército Romano: a primeira é de que Roma não precisa de terras, uma vez que terra salgada é terra infértil; a segunda é de que Roma esbanja poder econômico, já que o sal é uma especiaria cara.

Mesmo em vigor, a Lei Licínia Sêxtia não é respeitada e as terras conquistadas não são divididas entre os Plebeus. Assim, há a formação de latifúndios que ficam nas mãos dos Patrícios e, principalmente, dos Generais. Essa fase é conhecida como militarização do Roma, uma vez que militares que conseguem terras, viram Patrícios e podem se transformar em Senadores.

Atentem para o fato de que quanto mais terras Roma conquista, mais escravos ela possui. Nesse sentido, o camponês, aquele que vive da terra, fica ocioso e é obrigado a migrar para a cidade (êxodo rural). Essa ampliação de terras – que podemos chamar de colonialismo romano – leva a um controle inflacionário, uma vez que + terras >> + produtos >> + escravos >> - preço. Os Plebeus, por sua vez, sem terras, ficam ainda mais prejudicados financeiramente.

É nesse cenário de empobrecimento da Plebe, que sua representação ganha força e forma. Do ano de 131 a 121 a. C., os irmãos Graco, talvez os mais importantes Tribunos da Plebe, empreendem um projeto de reforma agrária. Em 131 a. C., Tibério Graco propõe e Lei Agrária que objetivava o cumprimento da Lei Licínia, sob o argumento de que “terra ocupada, era terra protegida”, ou seja, a distribuição de terras aos Plebeus garantiria também proteção territorial.

Obviamente, Tibério recebeu forte oposição no Senado, sobretudo dos Generais, acabando por ser assassinado.

Já em 123 a. C., o irmão de Tibério, Caio, propõe uma nova Lei Agrária (nos mesmos moldes da anterior) e a Lei Frumentária, que obrigava o governo a subsidiar o preço do trigo (lembrando que pão e vinho para um romano eram essenciais). Não conseguindo a aprovação e prática da Lei, Caio se suicida em forma de protesto. Em Roma, o suicídio era a maior forma de protesto existente.

O suicídio da Caio leva a uma grande revolta plebeia, que vai do ano de 121 até 110 a. C.

Crise na República

A série revoltas plebeias ocorridas entre os anos de 121 e 110 a.C. levaram a República a ameaça de uma guerra civil. Se lembrarmos de que o Senado tinha o poder de instalar a Ditadura para controlar tensões sociais, melhor momento para isso não existia. No entanto, esse período que deveria durar no máximo um ano (6 meses + 6 meses), se estende por muito mais tempo. Vejamos quais foram os ditadores:

GAL. MÁRIO (110 – 86 A.C.)
Tio de Júlio César. Perseguido pelo Senado por conta de suas práticas personalistas.

Retira o poder do Senado e empreende uma reforma militar, abrindo o exército aos Plebeus. Institui o soldo, ou seja, o pagamento em sal para os soldados. Esse pagamento não era realizado pelo Estado, ficando a cargo dos próprios Generais. Assim, o vínculo entre a elite militar e os soldados aumentava, logo, o poder dos Generais também. É a ampliação da militarização de Roma.

GAL. SILA (82 – 79 A.C.)
Momento da restauração republicana.

Mais ligado aos Patrícios, Sila empreende uma perseguição aos seguidores de Mário além de devolver o poder de deliberação ao Senado.

GAL. CRASSO (73 – 71 A.C.)
Controlados da Revolta de Sparthacus.

Durante os anos de 73 a 71 a. C., os escravos romanos se revoltaram e o Gal. Crasso foi incumbido de resolver a situação. A impressão que se passava nesse momento era que somente militares conseguiria estabelecer a ordem em Roma.


Nesse cenário de intensa militarização, ocorre, em 60 a. C., mais uma eleição para o consulado e dois Generais são eleitos: Pompeu e Crasso. Lembremos que Generais são Patrícios e a Lei Licínia também exigia que ao menos um Cônsul deveria ser Plebeu, o que não ocorreu nessa eleição. Ela, portanto, foi vista como uma eleição golpista. Somente o apoio popular garantiria os dois Generais no poder.
A solução encontrada foi a criação de um Triunvirato, ou seja, governo formado por três pessoas. O nome certo para essa composição era o de Júlio César, General adorado pela Plebe. Júlio geralmente andava pelas ruas de Roma com moedas nos bolsos para distribuí-las junto aos pobres e necessitados; é por isso que sua chegada efetiva ao poder é vista como o início da política do “pão e circo”.

1º Triunvirato: a divisão da República em três

Em 60 a. C. é instituído o primeiro Triunvirato. Estão no poder, além de Crasso e Pompeu, também Júlio César. Nesse momento o Senado é apenas um órgão figurativo. O acordo estabelecido entre os três governantes é de que um Triúnviro não pode entrar no território do outro Triúnviro com exércitos.

Em 54 a.C., o Gal. Crasso, na tentativa de ocupar terrar ao oriente, comente um erro que custa sua vida e passa à História como “um erra crasso”.

Júlio César, militar em essência e que combatia na Gália, é colocado na ilegalidade por Pompeu, que julga perigoso o aumento de poder por parte de Júlio, considerando-o uma ameaça. Ao receber a notícia, Júlio proclama o lema dos conflitos que seguiram: “Alea jacta est” ou “A sorte está lançada”. Marchando até Roma, cruza o Rio Rubicão com poderosos exércitos (a 13ª Legião, leal a Júlio César, é quase como o Bope da época!), força a fuga de Pompeu para o Egito. Considera-se esse momento como a Apoteose de Júlio César que, com seus exércitos e apoio popular, desfila em Roma.

A partir de 49 a.C., perdurando até 44 a. C., constatamos o início do Principado de César. Reparem que, ao contrário do que é comumente divulgado, Júlio César não foi Imperador de Roma. Nessa fase, ele é um autocrata, ou seja, concentra todos os poderes em suas mãos, além de acumular inúmeros títulos, como o de Ditador Perpétuo, Cônsul Vitalício e Primeiro Cônsul. Com forte oposição, é assassinado no Senado no ano de 44 a. C. proferindo a célebre frase “Até tu, Brutus?”.

2º Triunvirato

O segundo Triunvirato foi composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido. Entendendo o porquê dessa formação, temos em Marco Antônio um General egocêntrico, mas muito próximo a Júlio César. Era visto, portanto, como herdeiro natural após o assassinado de Júlio. Em Otávio, sobrinho de Júlio César, vemos uma jovem inexperiente em batalhas, mas muito inteligente. Já em Lépido, temos a fortuna romana, ou seja, o patrocínio do dinheiro à política.

Otávio, mesmo sendo sobrinho, foi testado por Júlio César, ou seja, foi considerado seu filho legítimo por testamento. Lembremos que isso é possível e até comum na Roma daquela época. Esse testamento, no entanto, coloca Marco Antônio em rota de colisão com Otávio. Eles, no entanto, decidem dividir o território imperial e formar um novo Triunvirato. Otávio fica com as possessões romanas. Marco Antônio exige o Egito, de olho na produção de trigo e na venda do produto a Otávio. A Lépido coube o oriente.

Marco Antônio no Egito logo se envolve com Cleópatra. Essa, por sua, já tinha se envolvido com Júlio César em vida e dado à luz a um filho de nome Cesário. Um filho “de sangue” pode ser visto como uma ameaça à herança de Júlio César a Otávio. Logo, a rivalidade entre Otávio e Marco Antônio é ampliada.

Otávio apela à xenofobia romana, ou seja, a aversão ao estrangeiro muito característica do império àquela época. Otávio divulga que o herdeiro de Júlio César não era romano e que Marco Antônio adora outros deuses. Finalmente em 31 a. C., na Batalha de Actium, Otávio derrota Marco Antônio e tira Lépido de cena, dando início ao seu principado, que vai do ano de 31 até 27 a.C. Nessa fase, Otávio alinha os poderes militar, político e religioso, recebendo o título de Primeiro Senador, Tribuno da Plebe, Sumo Pontífice e, por fim, Imperador. Essa fase da política romana pode ser dividida em duas: Alto e Baixo Império.

Alto Império: século I a. C. ao século III d. C.

Algumas características desse período são a militarização da sociedade e expansão da sociedade, o que, de certa maneira, deixa a plebe sem empregos.

Após Otávio, outros imperadores se revezaram no poder. Como nosso intuito histórico não é conteudista, a relação com os nomes de todos os personagens imperiais é desnecessária. Damos atenção mais às causas que vão levar ao enfraquecimento e posterior queda do Império Romano, no ano de 476, século V, portanto.

Baixo Império: século IV ao século V

O esquema abaixo traz as causas da degradação do Império Romano do Ocidente. Analise com atenção:

Pax Romana: Diminuição no ritmo de expansão coloca o modo de produção escravista em xeque. Os Generais, proprietários da maioria das terras, não conseguem administrar seus territórios.

Surgimento do Cristianismo: Monoteísmo cristão entre em choque com o politeísmo romano; a noção de divindade do Imperador foi questionada; a valorização não da vida material, mas da espiritual; a expansão religiosa entre os Plebeus; e a perseguição aos cristãos.

"Pão e Circo": O alto índice de desemprego entre os Plebeus podia gerar conflitos. Para conter essa ameaça, vários espetáculos eram realizados, bem como vários feriados eram decretados e alimentos distribuídos.

GRÉCIA

Parte do estudo sobre a Antiguidade Clássica dá ênfase à civilização grega. Esse também é um tema que já foi abordado em questões de Filosofia. Obviamente que a Grécia atual tem pouco da Grécia da Antiguidade. O desenvolvimento dessa civilização ocorreu na península balcânica, com litoral recortado e solo montanhoso. Esse tipo de solo prejudicava a agricultura, logo, os primeiros a se estabelecerem na região precisaram procurar novas formas de sobrevivência.

A partir do século XX a. C. uma onda migratória é verificada. Entre os povos que chegaram à região e formaram o que veríamos a chamar de “pré-Grécia” (ou civilização creto-micênica), estavam os Aqueus, os Eólicos e os Jônios, que tinham uma organização econômica baseada no comércio marítimo (talassocracia).

Já no século XV a. C., outros povos chegaram à região com destaque para os Dórios, povo que vivia de conquistas. Essa chegada forçou os creto-micênicos a fugir do sul para o interior (1400-1200 a.C). Esse movimento é conhecido como 1ª diáspora grega. Boa parte da História da Grécia nesse período é contada pelo poeta Homero, através de suas conhecidas obras A Ilíada e A Odisseia, por isso também podemos chamar o esse momento de período de transição do pré-homérico para o homérico.

A fuga para o interior do território deu origem à formação de pequenos grupos. Eles eram chamados de Genos (ou comunidade gentílicas). Portanto, os Genos eram pequenas comunidades familiares formadas após a 1ª Diáspora, tinham a propriedade coletiva da terra e, após crescerem de tamanho, tinham a liderança do Pater. A partir dos séculos X e VIII a. C.), verifica-se um crescimento demográfico que revela problemas com a falta de terras. Quando maior o aumento demográfico, maior a dificuldade em conseguir terras para a sobrevivência, já que o solo era montanhoso e ruim. É fácil prever que conflitos não tardariam a acontecer (acompanhe no esquema).

As comunidades gentílicas passaram, então, por um processo de atualização. Da união dos Genos, formaram-se as Fátrias que unidas, por sua vez, deram origem às Tribos. Da união das Tribos, surgiram as Demos.

A resolução para a falta de terras consistia na óbvia conquista de novas. Tem início a colonização grega que garante um apoio à expansão através do Mar Mediterrâneo e do Mar Egeu. É o momento da 2ª Diáspora Grega.

Surgem, junto com a colonização, a forma avançada das Demos: a Pólis (cidade-estado) que possuía autonomia política, econômica e militar. Eram independentes por conta da distância umas das outras e também por conta do montanhoso relevo, mas tinham uma base cultural comum como, por exemplo, a mesma língua e a mesma religião, a mitologia.

[UniRio] História Medieval e História Antiga - Roteiro para 20/08


SUBSÍDIOS PARA O ENCONTRO DE 20/08

Amigos,

Considerando os cronogramas do curso, seguem alguns elementos que conversaremos durante o encontro do dia 20, próximo sábado.

HISTÓRIA MEDIEVAL

Além de continuarmos a contextualização sobre a dinâmica transformação que ocorreu na Europa, quando do fortalecimento de uma aristocracia rural que, gradativamente, tomava o lugar dos mandatários tradicionais, sobretudo após o esfacelamento do Império Carolíngio, daremos início à análise da cidade medieval, espaço de grande pujança cultural e social. Para isso, sugiro a atenta leitura da aula 3 do seu material impresso (cujo título é “As cidades medievais”) e o destaque de eventuais dúvidas e, principalmente, questionamentos.

Como material complementar, compartilharei com vocês da obra de HUNT & SHERMAN (“História do pensamento econômico”) que traça, dentre outros assuntos, um paralelo interessante, sob o aspecto econômico, da transição entre a cultura de subsistência e a ampliação do comércio com o desenvolvimento urbano a partir do século XI.

Chamo atenção a todos para a AD1 de Medieval, postada recentemente na plataforma. Ela é composta de quatro questões (2,5 pontos para cada uma) e é bastante trabalhosa. Portanto, fiquem atentos aos prazos. Utilizaremos boa parte de nosso encontro para tentar chegar a um acordo sobre algumas questões levantadas pela avaliação.

Por fim, ainda em Medieval, informo que o encontro terminará um pouco mais cedo, uma vez que existe a convocação para uma reunião do Departamento de História para às 11h.

HISTÓRIA ANTIGA

A proposta é continuar a compreender a formação das poleis gregas. Na ocasião daremos mais importância à concepção diferenciada que a Antiguidade Clássica tem em relação ao termo “cidade” em contraponto com nossa visão contemporânea, ou seja, cidade na Grécia não era, necessariamente, um espaço iminentemente urbano. Num segundo momento, a ideia é verificar a formação da polis de Atenas e sua influência sobre grande parte da Ática. Dessa forma, poderemos criar alguns contrapontos e problematizações sobre como, posteriormente, Atenas viria a prosperar sob uma cultura voltada para o intelecto.

[UniRio] História Medieval e História Antiga - Roteiro para 13/08

CRONOGRAMA E SUBSÍDIOS PARA O ENCONTRO DO DIA 13/08


PROPOSTAS

História Antiga


O cronograma fala ainda do estudo da aula 13 do material impresso, ou seja, “Campo e cidade no mundo Helênico Arcaico”. A ideia é dar continuidade ao tema já iniciado sábado passado. A ênfase agora será no desenvolvimento das poleis gregas.

Na segunda aula, seguindo sugestão dos próprios alunos, dedicaremos tempo para clarear eventuais dúvidas sobre a proposta de AD 1.

História Medieval


Complementação das análises sobre a formação do período feudal, iniciada no último encontro. Análise, sob as perspectivas de DUBY e BLOCH sobre a expansão do comércio regular ao longo, sobretudo, do século XII. Além disso, discutiremos as causas que levaram ao enfraquecimento do poder real e o fortalecimento, ao mesmo tempo, da aristocracia rural.

PONTUAÇÃO NAS AVALIAÇÕES

História Antiga

Para manter um coerência quanto à correção das ADs, informo que as notas serão compostas da seguinte maneira (pontuação: 0 a 100 pontos):

1. Pesquisa bibliográfica: 0 a 20 pontos. O aluno precisa consultar fontes e avaliar se elas são viáveis ou não à sua argumentação.

2. Organização da narrativa: 0 a 40 pontos. O aluno precisa saber argumentar de forma clara e objetiva, criando um texto coeso que possua ideias organizadas e discuta o tema apresentado conforme a proposta da atividade.

3. Posicionamento: 0 a 30 pontos. O aluno precisa, obrigatoriamente nesta atividade, se posicionar quanto à proposta apresentada. Posicionar-se significa defender um ponto de vista, mas com argumentação coerente e subsídios válidos.

4. Normas: 0 a 10 pontos. O aluno precisa, minimamente obedecer normas de formatação (ABNT), sobretudo se elas forem especificadas pelo professor organizador da Avaliação.

Até sábado.


[CEC Rep] 1º ano ProEMI Os "pré-socráticos"

ATENÇÃO: Este texto foi entregue em folha na sala. Se você não recebeu, solicite um cópia ao professor.
AULAS PROGRAMADAS PARA O DIA 15 e 16/08 PARA A TURMA 1004

Os "Pré-Socráticos" (ou "Os Originários")

A ideia que o prefixo “pré” nos traz é, quase sempre incorreta no campo das Ciências Humanas. Em História, por exemplo, utilizamos o termo “Pré-História” para fazer referência às sociedades sem escrita, mas não sem História. Em Filosofia, “Pré-Socráticos” pode induzir não só à ideia de um olhar sobre os filósofos anteriores a Sócrates, mas também a pouca importância que eles pretensamente tinham. Assim, valoriza-se a experiência e a complexidade de raciocínio dos filósofos vindo depois de Sócrates e descaracterizam-se os anteriores. Para tentar evitar esse tipo de “injustiça”, o Prof. CESAR LAPA (também do Colégio Canadá), sugere o termo “originários” para designar os filósofos que contribuíram com a formulação do pensamento sistematizado antes e Sócrates.

A apostila a seguir é uma síntese adaptada por mim da História do Pensamento Filosófico. Em essencial, é importante que se compreenda o papel da Filosofia na intenção e na motivação para se chegar a determinado conhecimento de forma sistematizada e metodológica. Originalmente e na íntegra, o texto foi publicado no site Universo Racionalista (acesso em 25 mai. 2016), por Kherian Gracher.

“Não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filósofo, que não pense; precisamente porque o pensar é próprio do homem como tal” GRAMSCI

Além do trecho acima, do Filósofo italiano Antonio GRAMSCI, ARISTÓTELES (384-322 a. C.) também afirmava que “os homens começaram a filosofia pelo espanto”. O significado da palavra “espanto” para o Filósofo era outro: significava dúvida, inquietação, desconforto, ou seja, para ele, os homens começaram a se sentir “desconforto” por não conseguirem estruturar explicações para determinadas questões. Quando surgiu essa vontade de colocar tudo às claras, nascia também as bases do pensamento filosófico.

Repare que não estamos falando simplesmente da Filosofia Grega. Falamos da ideia de que o homem, de qualquer lugar, buscou explicações para determinados problemas ou situações. Muito se tem falado que a Filosofia é grega. O problema é que com essa limitação geográfica, deixamos de lado contribuições importantes simplesmente porque não as conhecemos tão profundamente com as gregas. É importante ter em mente que o homem, independentemente do seu espaço físico, se inquietou e produziu conhecimento. O que ocorreu com a Grécia foi uma sobreposição dos seus valores artísticos e culturais sobre os demais povos.

A maior tarefa da Filosofia é o problematizar. Assim, novamente chegamos à ideia de ARISTÒTELES. Problematizar é de certa forma o espanto do questionamento. Antigamente, por exemplo, os homens não tinham os instrumentos que dispomos hoje, mas as perguntas aconteciam, mesmo que as respostas não pudessem, naquele momento, ser encontradas. Atenção para um primeiro ponto: A pergunta é mais importante que a resposta em si, uma vez que ela um passo a mais rumo ao conhecimento.


Do mito ao logos

Assim que os Filósofos iniciaram seus questionamentos e, por consequência, a busca por novas respostas, deixaram de lado os mitos, ou seja, as explicações não fundadas na razão. Um importante pensador nascido no final do século XVIII chamado HEGEL (1770-1831), afirmava que “os gregos despertaram de um sono mitológico, de uma era onde não havia tanta razão”. Para Hegel, então, a Filosofia era uma negação à mitologia.

HEGEL não foi o único a entrar nessa discussão. Outros autores pensam justamente o contrário. É o caso, por exemplo, de CORNFORD que, contrariamente, pregava que os mitos eram sim racionais e a base de toda a Filosofia.

Desnecessário tomar lado nessa discussão, mas fundamental perceber que os conceitos e ensinamentos mesmo em oposição têm valor.

Os Originários"


Para ARISTÓTELES, Filósofo pós-socrático que tinha interesse em conhecer a realidade dos Filósofos anteriores a SÓCRATES, os primeiros Filósofos tentavam analisar a natureza de modo a ordená-la em princípios básicos. Esses princípios, por sua vez, recorriam a quatro causas, são elas: Causa material, Causa eficiente, Causa formal e Causa final. Não é difícil entender cada uma delas. A Causa material seria a matéria em si; a Causa eficiente a potencialidade para se chegar a determinado ponto; Causa formal seria a forma como se chegaria à objetividade de determinada coisa; e, por fim, a Causa final, seria o motivo da existência de determinada coisa.

ASITÓTELES percebeu que Os Originários analisam a natureza de modo a tentar organizá-la em princípios básicos. Por muitas vezes, esses Filósofos eram tratados como monistas porque tentavam isolar determinados elementos em busca de respostas. Vejamos alguns deles:

Tales (cerca de 625-545 a.C.)


A água é o princípio único de tudo.
TALES de Mileto tem grande importância para a Filosofia porque foi um dos primeiros a elaborar, entre outras coisas, cálculos complexos como, por exemplo, medir a altura das pirâmides através das suas sombras. TALES adotou a água como princípio do universo. De acordo com ele a terra repousava sobre a água, tal como um pedaço de madeira flutuando na correnteza.

ARISTÓTELES, ao tentar explicar TALES, supôs que a ideia de que tudo vinha da água era em virtude da necessidade dos seres vivos para com a água.

Pitágoras

Tanto Pitágoras de Samos (c. 570-496 a.C.) como Tales dividiram as honras de introduzir a filosofia na Grécia antiga. Além de filósofo, Pitágoras também foi um exímio matemático. Você deve lembrar do Teorema de Pitágoras. Na cidade de Crotona, Pitágoras fundou uma comunidade semi-religiosa, que durou até 450 a.C., ou seja, posterior a sua morte. É atribuído a ele a invenção do termo “filósofo”. Conta-se que certa vez, em vez de se declarar como sábio (sophos), Pitágoras teria dito com modéstia que era apenas um amante da filosofia (philosophos).

Heráclito

Heráclito de Éfeso foi um dos filósofos que mais obras chegaram até a posteridade. No entanto, na própria antiguidade ele era apelidado de “o Enigmático” e “Heráclito, o Obscuro”, que dá bons indícios sobre a dificuldade de entendermos sua obra.

Tal como Xenófanes, Heráclito também acreditava que todo dia um novo Sol aparecia no céu, e como Anaximandro ele afirmava que o Sol era constrangido por um princípio cósmico. Essas teorias se desenvolveram com Heráclito para uma doutrina do fluxo universal: Tudo, afirmava ele, está em movimento, nada permanece imóvel; o cosmos é como uma correnteza. Como diz o famoso exemplo que visa representar a teoria heraclítica, se entrarmos duas vezes em um mesmo rio, não poderemos pôr nossos pés duas vezes na mesma água, dado que a água não será a mesma nesses dois momentos. Mas, além disso, não poderíamos pisar duas vezes no mesmo rio. Essa segunda passagem não parece fazer sentido, mas isso se entendermos que o que identifica um rio é seu curso. Caso entendamos que um rio é identificado pelo seu conteúdo, então o rio estaria em um constante movimento. Esse exemplo é uma alegoria para afirmar que a realidade é uma constante mudança.

Qual seria então a causa material da realidade para Heráclito? O fogo, que seria uma corrente fluida, um modelo de mudança constante, consumindo-se e revigorando-se. O que governa esse mundo em constante mudança, ou seja, a causa eficiente? O Logos, a razão e ordem necessária para manter o equilíbrio em um mundo de mudanças. O cosmos seria, então, uma constante mudança, resultado de uma luta entre forças naturais opostas, estruturados pelo Logos.

Por fim…

Os filósofos pré-socráticos podem nos parecer obscuros e místicos aos nossos olhos, mas não devemos retirar a importância e contribuição que eles tiveram em todo o desenvolvimento do pensamento humano. Com eles tivemos a gênese não só da filosofia, mas de várias ciências. Cada um à sua maneira eles tentaram, através da razão, explicar como se comportava o universo, o cosmos.
Segue abaixo um pequeno resumo com as ideias gerais:

Tales: Tudo é água;
Anaximandro: Tudo é matéria eterna (apeíron);
Anaxímenes: Tudo é ar;
Pitágoras: Tudo é uma harmonia numérica;
Xenófanes: Tudo é terra;
Heráclito: Tudo é fogo, é movimento;
Parmênides: Tudo é um Ser indivisível e imóvel;
Empédocles: Tudo é porção de água, ar, fogo e terra,
reunidos conforme o Amor e o Ódio;
Anaxágoras: Tudo foi e é criado pela ação da Mente
sobre os elementos fundamentais do cosmos
Atomismo: Tudo é matéria indivisível [átomos].



Obviamente que, para exagerar no número de folhas, procurei reduzir ao máximo ao texto, deixando de fora alguns dos pensadores. Reforço, então, a indicação da página com o texto completo: http://www.universoracionalista.org/pre-socraticos/. Acesse, se quiser.

ATIVIDADES

1. “A verdadeira Filosofia consiste em reaprender a ver o mundo”. (Merleau-Ponty, filósofo francês). Após ler o pensamento de Merleau-Ponty, explique por que a Filosofia é diferente das outras ciências.

2. Em todo o texto (e em todas as aulas) é perceptível a ideia de que a dúvida e a problematização são pontos essenciais para a Filosofia. Explique por que.

3. Já na primeira citação desta apostila damos de cara com o seguinte trecho de Gramsci: “Não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filósofo, que não pense; precisamente porque o pensar é próprio do homem como tal” Explique por que, geralmente, a Filosofia é vista como algo acessível apenas para poucos homens. Descreva também suas experiências (atual ou anteriores, se existirem) com esta área do conhecimento.

[CEC Rep] 8º ano Revolução Francesa

ATENÇÃO: Este texto foi entregue em folha na sala. Se você não recebeu, solicite um cópia ao professor. 
AULAS PROGRAMADAS PARA O DIA 16 e 18/08 PARA AS TURMAS 801 e 802

Como era a França no século XVIII?

A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza. A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina.

A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já foi dito, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.

A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.


A Revolução Francesa (14/07/1789)

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.

O lema dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês. Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.

No mês de agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Girondinos e Jacobinos

Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

A Fase do Terror

Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.
A burguesia no poder

Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assumi o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.

Outras considerações

A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa ecapitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa também influenciaram a independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

Atividades
(use o seu caderno para responder)

1. Descreva em poucas linhas porque podemos dizer que a situação da Franca no século XVIII contribuiu para o início do processo revolucionário naquele país.
2. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é um importante documento criado ao longo do processo de Revolução na França. Explique no que ele consistia.
3. O povo francês mostrou, através de uma revolta, que estava descontente com a situação do país no século XVIII. Você acha que o povo tem direito de se revoltar se não existir justiça econômica e social no seu país? Escreva algumas linhas sobre esse assunto.



Componente do currículo mínimo: Revolução Francesa
Folha 20 - 8º ano
Conteúdo de reposição

[CEC Rep] 7º ano Reforma Protestante e Contrarreforma

ATENÇÃO: Este texto foi entregue em folha na sala. Se você não recebeu, solicite um cópia ao professor. 


A Reforma Protestante tem início no século XVI e é uma série de tentativas de reformar a Igreja Católica Romana. Esse processo levou à divisão e ao estabelecimento de várias igrejas cristãs, das quais se destacam a Igreja Luterana, a Igreja Anglicana e a Calvinista. Os historiadores apontam fatores de ordem cultural, econômica e política para explicar como o poderio católico foi colocado em xeque naquele momento. Vejamos alguns deles:

Cultural O racionalismo e a valorização do homem, próprios do Renascimento, deram origem a uma mentalidade que se opunha a religiosidade católica medieval. A divulgação e a leitura dos textos bíblicos, dos escritos dos sábios da antiguidade e dos santos da Igreja criaram um clima de debate e questionamento das verdades estabelecidas. Tanto que os primeiros movimentos que questionaram a autoridade da Igreja surgiram no interior das Universidades.

Relembrando
O Renascimento Cultural foi um movimento que teve seu início na Itália no século XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI.
Os artistas, escritores e pensadores renascentistas expressavam em suas obras os valores, ideais e nova visão do mundo, de uma sociedade que emergia da crise do período medieval.
Na Idade Média, a produção intelectual e artística estava ligada à Igreja. Já na Idade Moderna, a arte e o saber voltaram-se para o mundo concreto, para a humanidade e a sua capacidade de transformar o mundo

Econômico O renascimento comercial criou uma nova realidade econômica na Europa. Os dogmas católicos tradicionais combinavam com a economia de subsistência da Idade Média. No entanto, o lucro e a cobrança de juros, passaram a ser essenciais depois do renascimento comercial. De modo que a burguesia tendia a não aceitar aqueles dogmas religiosos.

Político O poder nacional do rei, surgido com a centralização política, se contrapunha ao poder supranacional da Igreja. Os conflitos entre os interesses das monarquias nacionais e os da Igreja de Roma se manifestavam nos direitos de cobrar impostos, na administração da justiça e na nomeação dos bispos.

Antecedentes e Causas da Reforma

- Corrupção do clero e afastamento de seus membros das concepções originais do cristianismo (humildade, fraternidade, caridade);
-Venda de indulgências / Venda de relíquias sagradas / Venda de cargos no clero;
- Fortalecimento da burguesia X condenação do lucro pela Igreja;
- Fortalecimento das monarquias nacionais X poder clerical + abundância de terras da Igreja;
- Renascimento cultural (questionamento de alguns valores tipicamente medievais);
- Leitura e interpretação da Bíblia restrita aos membros do clero (Bíblia só em latim).


REFORMA LUTERANA

Martinho Lutero (1483-1546) era um monge agostiniano alemão e estudioso da Bíblia. Com base nos seus estudos começou a criticar os abusos da Igreja. Depois de uma viagem a Roma voltou abalado com o luxo, a decadência de costumes e a corrupção do alto clero. O conflito de Lutero com a Igreja começou com suas críticas à venda de indulgências na Alemanha. A polêmica acabou levando à excomunhão de Lutero. O monge rebelde rasgou a bula da excomunhão e afixou na porta da catedral de Wittemberg as famosas 95 teses. (clique aqui para ler as 95 teses de Lutero).

Alguns princípios do Luteranismo: salvação pela fé, tradução da Bíblia, leitura e livre interpretação da Bíblia, eliminação de santos e imagens, fim do celibato para sacerdotes, não seguimento da autoridade papal, dois sacramentos (batismo e eucaristia), submissão da Igreja ao Estado.

REFORMA CALVINISTA

João Calvino (1509-1564), francês e seguidor das ideias luteranas, se estabeleceu em Genebra (Suíça), onde escreveu As “Instituições Cristãs”. Nessa cidade começou a pregar a sua doutrina, que tinha muitos pontos em comum com o luteranismo. A diferença mais importante se refere à doutrina da salvação. Para Lutero, como vimos, a salvação se dá pela fé e para Calvino pela predestinação. Calvino afirma que nós viemos ao mundo predestinados por Deus a sermos salvos ou condenados.
Os sinais da escolha divina se manifestariam na vida dos indivíduos. O trabalho, a pureza de costumes, o cumprimento dos deveres para com a sociedade e a família seriam alguns desses sinais. Esse cidadão teria também a sua vida abençoada por Deus, resultando no progresso econômico.

REFORMA ANGLICANA

A Reforma Anglicana teve origem no conflito entre o rei Henrique VIII (1509-1547) da Inglaterra e o papa Clemente VII, que não concordou em conceder ao rei o divórcio de sua primeira esposa, Catarina de Aragão. Além disso, Henrique VIII pretendia confiscar as terras da Igreja em solo inglês. A questão do divórcio serviu como pretexto para o rompimento definitivo.
Por meio do Ato de Supremacia, Henrique VIII tornou-se o chefe da Igreja inglesa. Os membros do clero inglês tiveram que jurar fidelidade ao rei e romper com o papa. Os que se recusaram, foram destituídos e perseguidos. As terras confiscadas da Igreja foram vendidas à nobreza inglesa, que, desta forma, se tornou fiel partidária da Igreja Anglicana.
Como se pode perceber, esta reforma não se deu por motivos doutrinários e sim claramente políticos. Por isso, inicialmente, a religião anglicana pouco diferia da católica. Diferenciava-se apenas pelo uso do inglês em lugar do latim e pela obediência ao rei e não ao papa. Mais tarde, sofreu algumas mudanças introduzidas pela rainha Isabel I, filha de Henrique VIII.

CONTRARREFORMA

Medidas da Igreja Católica para conter o avanço protestante na Europa.
- O Concílio de Trento (1545 1563): reafirmação do dogma da salvação por meio da fé e das boas obras; confirmou o culto à virgem e aos santos; a existência do purgatório; a infalibilidade do Papa; o celibato do clero; proibiu a venda de indulgências; manteve a hierarquia eclesiástica; criou de seminários e o catecismo; criação do INDEX – relação de livros proibidos, reativação dos Tribunais do Santo Ofício.
- Criação da Companhia de Jesus (Inácio de Loyola - Espanha): ordem dos jesuítas, busca de novos fiéis (América), educação e catequese.


ATIVIDADES
(utilize o seu caderno para as resposta)

1. Por que o texto menciona que a Reforma Anglicana não aconteceu por motivos doutrinários, mas sim políticos?
2. Explique o que seria predestinação para o Calvinismo.
3. Explique por que o Renascimento cultural e comercial abalaram o mundo religioso dominado pela Igreja Católica.
4. Por que a criação de uma relação de livros proibidos (INDEX) era importante para a Igreja Católica?


Componente do currículo mínimo: Reforma Protestante e Contrarreforma
Folha 19 - 7º ano
Conteúdo de reposição

[CEC] Listagem de materiais para reposição

Lista com os materiais destinados à reposição de conteúdos por conta da greve da rede estadual no Colégio Estadual Canadá. Todos os materiais serão entregues em sala, durante as aulas. A listagem será ampliada do longo das aulas.



TURMA 603

1. Civilizações da Antiguidade: Egito e Mesopotâmia [acesse aqui]
2. Teste (não obrigatório) visando preparação para prova bimestral [acesse aqui]

TURMA 701

1. Reforma Protestante e Contrarreforma [acesse aqui]
2. Teste (não obrigatório) visando preparação para a prova bimestral [acesse aqui]

TURMA 705

1. Reforma Protestante e Contrarreforma [acesse aqui]
2. Teste (não obrigatório) visando preparação para a prova bimestral [acesse aqui]

TURMA 801

1. Revolução Francesa [acesse aqui]
2. Teste (não obrigatório) visando preparação para a prova bimestral [acesse aqui]

TURMA 802

1. Revolução Francesa [acesse aqui]
2. Teste (não obrigatório) visando preparação para a prova bimestral [acesse aqui]

TURMA 1003

1. Slides de Introdução à Sociologia [acesse aqui]

TURMA 1004

1. Os "pré-socráticos" [acesse aqui]

TURMA 1006

1. Apostila "Antiguidade Clássica" [acesse aqui]

TURMA 2005

1. Subsídios para aula sobre "Cidadania" [clique aqui]

[UniRio] Avaliação sobre o encontro de 06/08

Amigos,

Algumas considerações pendentes sobre o encontro de hoje (06/08):

1. em primeiríssimo lugar, a dúvida de como era a letra “teta” em grego: Θ. No entanto, nada tem a ver com thete (ou tetas), a camada social ateniense;

2. sobre uma outra conversa que tive com alguns alunos, sobretudo com o Celso, a respeito do período inquisitório, não localizei os textos sobre o tema que teriam sido discutidos sob o pontificado de João Paulo II. Continuo nessa busca, mas não localizei menção alguma até agora.
ATUALIZANDO: O Celso me mandou ainda ontem o link do texto que ele fez referência em aula. Compartilho para quem tem interesse no conteúdo: https://www.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fw2.vatican.va%2Fcontent%2Fjohn-paul-ii%2Fpt%2Fspeeches%2F1998%2Foctober%2Fdocuments%2Fhf_jp-ii_spe_19981031_simposio.html&h=eAQEFPD5Q

3. sobre a AD de Antiga: O meu cronograma fala do seu lançamento na Plataforma no dia 10/09. No entanto, já há um link para envio acessível, com data de envio final para o dia 15/08. Até a segunda ordem, respeitem esta data. Faço comentário sobre essa atividade mais abaixo. Por sugestão de alguns alunos, trataremos desse tema também pessoalmente em uma das aulas do próximo sábado;

4. sobre a AD de Medieval: Estará disponível, segundo o meu cronograma, a partir de 15/08 com data limite de postagem para 29/08;

5. envio ao Thales o link do livro que mencionei em aula "Socialismo: um utopia cristã", que pode ajudar no trabalho a ser realizado. Aqui um link para compra do livro e aqui um PDF que, depois de muito cadastro, consegui acessar.

AD 1 de Antiga

O enunciado da tarefa é bem simples: questionar o estudo da História Antiga.
Existem vários aspectos que podem ser abordados, tais como: importância do tema para a contemporaneidade; “preconceito”, inclusive no campo da História, com a valorização da História recente em detrimento da História Antiga; comparação e avaliação dos legados, sobretudo o grego e o romano para o nosso tempo etc. Deixo claro que esses são pontos que eu penso imediatamente, mas existem muitos outros que podem – e devem – ser abordados.

Você deve escrever, então, um pequeno texto (2 a 4 páginas) sobre o tema “A importância de estudar História Antiga no Brasil”.

O autor da questão frisa que é necessário uma pesquisa e uma discussão bibliográfica. Isso é praxe (e será daqui para frente). É necessário, então, que vocês recorram a textos e/ou artigos que abordem alguns desses temas para fazer uma revisão. Lembrando que ao citar trechos de terceiros é necessário referendá-los. Isso é obrigatório.

Quanto à dúvida que surgiu no final do encontro é permitida, neste caso, a utilização da primeira pessoa no texto, uma vez que um dos pontos de avaliação é o posicionamento do aluno diante do problema detectado.

Qualquer outra dúvida, continuamos nos comunicando. Logo aqui abaixo existe uma caixa para comentários que pode nos ajudar nessa comunicação. Façam uso dela.

Um abraço e bom domingo!

[CEC Rep] 6º ano Civilizações da Antiguidade: Egito e Mesopotâmia

ATENÇÃO: Este texto foi entregue em folha na sala. Se você não recebeu, solicite um cópia ao professor.
AULAS PROGRAMADAS PARA O DIA 15/08 PARA A TURMA 603

Agora que já temos algum conhecimento sobre as características do que é uma civilização, vamos nos dedicar ao estudo de duas grandes sociedades da Antiguidade: o Egito e a Mesopotâmia.
Para lembrar -- Civilização:
conjunto de aspectos peculiares à vida intelectual, artística, moral e material de uma época, de uma região, de um país ou de uma sociedade.

Em primeiro lugar, é importante perceber que esses dois povos dependiam muito dos rios, uma vez que a agricultura era fundamental para a vida. Ou seja: ou eles plantavam e colhiam para sobreviver ou as coisas ficariam ruins. Na História, quando alguma civilização depende essencialmente da água de rios (ou floresce próximo aos rios) recebe o nome de sociedade hidráulica. Tanto o Egito quanto a Mesopotâmia são, então, sociedades hidráulicas.

Para o Egito, localizado ao norte do continente africano, o rio mais importante era o Rio Nilo. Já para a Mesopotâmia, localizada onde hoje é o Iraque, dois rios eram fundamentais: o Rio Tigre e o Rio Eufrates. Agora vamos ver alguns detalhes de cada civilização:

Mesopotâmia

Por volta de 6500 a.C. surgiram as primeiras aldeias próximo dos rios Tigres e Eufrates porque, como já vimos, ali a agricultura era mais fácil. Para melhorar ainda mais a colheita, muitas obras de irrigação era feitas. Isso acontecia porque facilitava e ampliava a área de agricultura. Ao mesmo tempo em que essas áreas eram ampliadas, várias cidades iam crescendo ao seu redor. É fácil entender isso; basta pensar que onde há possibilidade de existir comida com mais fartura é onde as pessoas vão querer morar.

Os povos que começaram a fundar cidades próximas aos rios também desenvolveram outras coisas. Um desses grupos, os sumérios, teria desenvolvido uma das formas mais antigas de escrita que se conhece: a escrita cuneiforme


Quer saber como fica seu nome em monogramas cuneiformes? Clique aqui e siga as orientações que coloquei abaixo:


1. no primeiro campo, onde aparece escrito em inglês "Type your full name", digite o seu nome completo;
2. no segundo campo, onde aparece escrito em inglês "Type your initials", digite as letras inciais do seu nome e sobrenome. No meu caso, digitei as letras LFN, de Luiz Fernando Nunes;
3. Clique no botão vermelho, "Inscribe".
O resultado aparecerá em outra tela.

Atribui-se, também, aos sumérios a criação da escrita cuneiforme, uma das mais antigas formas de escrita que se conhece. A utilização da escrita demonstra a complexidade que a sociedade mesopotâmica estava atingindo. O comércio e a contabilidade de bens foram os primeiros registros que a escrita cuneiforme anotou.

As cidades sumerianas eram independentes umas das outras, possuindo leis e governos próprios. Mas foi a rivalidade entre elas, pelo maior controle sobre as terras férteis às margens dos rios, que as enfraqueceu, possibilitando que vários povos vindos de fora as conquistassem. Dentre esses povos, podemos destacar os babilônicos, cujo rei Hamurabi reinou durante a primeira metade do século XVIII (18) a.C. Seu maior legado para a humanidade foi o Código de Hamurábi, um dos primeiros códigos de leis escrito na História, também conhecido como Lei de talião, pois as punições para os crimes eram muito rigorosas ("olho por olho, dente por dente").

Egito

O Egito se desenvolveu às margens do Rio Nilo. As primeiras populações fixaram-se em aldeias agrícolas, que aos poucos formaram pequenas cidades-Estado, chamadas nomos, administradas pelos nomarcas, a primeira elite egípcia. Como a agricultura era difícil por causa, dentre outras coisas, do deserto, os nomos acabaram se unindo com o passar do tempo dando origem a dois reinos: o do Norte (Baixo Egito) e o do Sul (Alto Egito). De acordo com a tradição, o rei Menés teria unificado ambos os reinos por volta do ano 3.000 a.C., tornando-se o primeiro faraó (título do rei egípcio), ou como se dizia na época "o senhor das duas terras", inaugurando assim a primeira dinastia do Egito.
A unificação garantiu a centralização política e administrativa dos vários nomos egípcios, o que facilitou a organização eficaz do trabalho da sociedade nas obras públicas, para manter o controle das águas e a construção de sistemas de irrigação do solo, garantindo a ampliação da agricultura e da pecuária, levando ao crescimento das cidades.

A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do rio Nilo, ocupando uma faixa de terra cuja largura media entre 10 e 20 quilômetros e que se estendia por cerca de mil quilômetros. Era extremamente dependente do rio, tanto para a manutenção das atividades agrícolas e a pecuária, como para o transporte de mercadorias e comunicação entre as diversas cidades. Tão apropriada era a navegação entre as várias regiões banhadas pelo Nilo, que os egípcios não precisaram construir estradas.

Reservatórios no rio Nilo

O controle das cheias do rio foi condição essencial para o desenvolvimento da civilização na região, pois o seu leito não era suficiente para conter as águas que corriam do interior da África em direção ao mar Mediterrâneo, inundando a região entre julho e setembro. Assim, às margens do Nilo foram construídos reservatórios, a fim de reter as águas que seriam utilizadas - por meio de canais de irrigação - no tempo de escassez das chuvas para a agricultura, a pecuária e o consumo humano.
Com o retorno das águas ao leito do rio (entre dezembro e maio), ficava armazenado nas margens um precioso fertilizante, o húmus, que permitiu o surgimento de uma agricultura de alta produtividade.
Artesanato e cultura

O artesanato era muito importante. Utilizaram o linho e o couro de animais, confeccionaram cerâmicas. Como o ciclo agrícola era de seis meses (plantio e colheita), o restante do tempo era aproveitado nas atividades artesanais, na construção e conservação dos canais de irrigação e dos reservatórios e na construção das obras públicas.

O papiro, matéria-prima utilizada na fabricação de papel, era abundante às margens do Nilo. Realizada pelos escribas, a transcrição nos papiros de fatos da história, do dia a dia do governo e das questões religiosas acabou se transformando em importante fonte histórica para a reconstrução da civilização egípcia, depois que os arqueólogos modernos conseguiram decifrar os hieróglifos.

Divisão social do Egito Antigo

Nos 3 mil anos do Egito dos faraós, a estrutura social pouco se alterou. Na base estavam os escravos, quase todos de origem estrangeira e em número reduzido, mas principalmente os camponeses livres, a maioria da população, que viviam nas aldeias e tinham de pagar diversos tributos ao Estado e aos templos. Havia uma camada intermediária representada pelos artesãos urbanos. A classe dominante era formada pelo faraó - adorado como um deus e exercendo também o poder militar, civil e judiciário - e sua família, pelos sacerdotes, militares e altos funcionários do Estado, dentre eles os escribas e os nomarcas.

A religião

A vida dos egípcios estava marcada pela religião e seus deuses. A crença em uma vida após a morte acompanhava o egípcio durante toda a sua existência. Dessa forma, a construção de grandes túmulos, onde estavam acumulados tesouros e objetos de uso pessoal do morto, servia para que, depois da vida, ele mantivesse a mesma condição material.

O politeísmo da religião egípcia, ou seja, a crença em várias deuses, foi brevemente interrompido pela instituição do monoteísmo (crença em apenas um deus) pelo faraó Amenófis 4º (1380-1362 a.C.), que mudou seu nome para Akenaton e divulgou o culto ao deus Aton. Além de razões religiosas, o faraó também pretendia diminuir os poderes do clero, enriquecido pelo pagamento de tributos, e que exercia enorme influência política.

ATIVIDADES
(faça no seu caderno, logo após colar esta folha)

1. Identifique no texto uma fonte histórica muito importante deixada pela civilização egípcia.
2. Você não encontrou neste texto nenhuma menção às pirâmides egípcias, mas elas são uma característica também importante daquela civilização. Faça uma pequena pesquisa e descubra qual era a utilidade das pirâmides para os egípcios.
3. Pesquise qual é o significado da palavra “mesopotâmia”.
4. Qual é considerado o mais antigo código de lei da humanidade?
5. Por que leis escritas são importantes para as civilizações?




Componente do currículo mínimo: Civilizações da Antiguidade – Egito e Mesopotâmia
Folha 17 - 6º ano
Conteúdo de reposição

HORÁRIO UNIRIO

História e Sociologia

Sábado

1ª aula: 08:00h às 08:50h
2º aula: 08:50 às 09:40h

História Medieval

Sábado

1º aula: 09:40h às 10:30h
2º aula: 10:30h às 11:20h

Todos os os horários estão sujeitos a alterações. 

[UniRio] História Medieval e História Antiga - Roteiro para 06/08




CRONOGRAMA E SUBSÍDIOS PARA O ENCONTRO DO DIA 06/08

História Medieval

Em virtude da palestra ofertada no último sábado, as aulas de Medieval se acumularam e, por isso, precisam de uma maior síntese para que seja possível normalizar o conteúdo proposto pelo UniRio. Nesse sentido, os objetivos para o próximo encontro serão:

- Problematização do termo Idade Média, questionando os estereótipos criados para o período, bem como suas características;

- A preponderância da Igreja Católica no seio da sociedade medieval;

- A organização dos povos germânicos, atentando para o conceito de “bárbaros”, a vida em sociedade dos diversos povos que adentraram o Império Romano do Ocidente e, principalmente, os traços de organização social que contribuíram para uma visão de mundo que seria preponderante ao longo da Idade Média. Sobretudo para este item, sugerido o acesso e a leitura dos seguintes links e textos:

Livro "O nome da rosa", de Humberto Eco (disponível aqui), bem como pequeno artigo publicado pela PUC-Rio, cujo título é "O nome da rosa: o riso como perversão da alma" (disponível aqui). Há ainda uma dissertação de Mestrado interessante, cujo título é "Geroges Duby e a construção do saber histórico", de Luiz Alberto S. Sant'Anna, na UFPE (disponível aqui). Importante começar a ler Duby e se familiarizar com as ideias por ele expostas, já que é um dos maiores especialistas em Idade Média de nossa época. Se quiser, leia uma pequena biografia do autor aqui.

Caracterização do Reino dos Francos para traçar uma linha progressiva até a segunda dinastia. Discussão sobre o Império Carolíngio (sugestão de leitura à parte: MENDONÇA, Sonia Regina de. O Mundo Carolíngio. São Paulo, Brasiliense:1987. 2 ed.)

História Antiga

O tema proposto pelo cronograma para aula é: “Campo e cidade no mundo helênico arcaico” (aula 13 da apostila, p. 71).

A referência de um bom livro, que trata do tema de forma bastante didática, mas não superficialmente, é “Grécia e Roma”, de Pedro Paulo Funari (ref. completa: FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo, Contexto: 2001). É um livro, inclusive, que dará suporte à continuidade dos estudos.

Quanto ao roteiro para aula, seguiremos a separação histórica proposta por Vernant (vista no último encontro), bem como a divisão social grega e a evolução das poleis.

Um abraço a todos!


Gabarito comentado UERJ 2017




Amigos:

Divulgo a minha correção do Primeiro Exame de Qualificação UERJ, realizado ontem (12/06). O gabarito oficial já foi divulgado pelo Departamento de Seleção Acadêmica (DSEA) e, até segundas orientações, é ele – e não este – que deve ser seguido. Você pode acessar o GABARITO OFICIAL UERJ clicando aqui. O que fiz, portanto, foi analisar as questões e discordar de uma resposta oficial. Vejam:

IMPRESSÕES SOBRE A PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS
(com exceção das questões específicas de Geografia)

A parte de Ciências Humanas começa com a questão de número 45 indo até o final da prova, na de número 60. Achei a prova bastante simples, utilizando-se de trechos curtos com linguagem bastante acessível. Nenhuma questão exigiu conhecimento aprofundado do candidato. Em muitas delas, apenas uma leitura atenta era suficiente para a resolução. Somente a questão de número 58 é um pouco problemática.

QUESTÃO 45




Comentário: A questão aborda a figura de um “herói” na época da expansão dos territórios estadunidenses. A colonização daquele país se deu a partir das Treze Colônias, localizadas ao leste do território. Após o processo de unificação do país, uma “Marcha para o Oeste” teve início sob a justificativa da necessidade de conquistas de outros territórios, sobretudo aqueles ainda “atrasados”, onde predominavam a pequena propriedade. Também pode se considerar um fator ideológico: a ideia do “Destino Manifesto”, ou seja, a crença de que os habitantes do país tinham recebido como tarefa divina a expansão de suas terras (o que mais tarde também seria usado na sua relação com a América Latina). O enunciado da questão, no entanto, indaga sobre qual aspecto a concepção nacionalista do herói está baseada. Entre as alternativas, a de “LETRA A” é a única que atende ao que é pedido. A noção de civilização, de superioridade e de primazia sobre os demais povos, foi um fator preponderante do nacionalismo naquela conjuntura.
MINHA RESPOSTA: “A”
GABARITO OFICIAL: “A”

QUESTÃO 46


Comentário: A questão traz trecho do jornal O Globo que trata da pretensa incapacidade do Estado brasileiro em gerir setores fundamentais como saúde e educação. O trecho fala também que esses gastos, entendidos como obrigatórios pela Constituição de 1988 (leia um texto sobre as Constituições do Brasil aqui) não podem mais ser arcados pelo Estado porque, simplesmente, não há mais dinheiro (“a crise fiscal implodiu os alicerces da Constituição de 1988...”). A questão pede que o candidato nomeie que tipo de projeto de Estado o trecho critica. Certamente – e sem dificuldade alguma – é o Estado de Bem-Estar Social, ampliado, sobretudo, após a Segunda Guerra Mundial e que garantia direitos básicos aos cidadãos do mundo, tais como acesso à educação, à saúde, à aposentadoria etc.
MINHA RESPOSTA: “A”
GABARITO OFICIAL: “A”

QUESTÃO 49


Comentário: Esta questão traz um trecho de um comunicado assinado pela Ordem dos Advogados do Brasil quando do Golpe de Estado que retirou do poder o presidente João Goulart, em 1964. O trecho procura justificar legalmente o Golpe, ou seja, procura dar sustentação jurídica ao ato de impedimento do mandato do presidente. A pergunta, então, indaga ao candidato qual ação e o resultado da polarização política narrada no trecho. Certamente a “LETRA A” é a resposta correta porque foi a partir das Reformas de Base que as forças políticas brasileiras radicalizaram os discursos, ou seja, foi a partir daquele momento que setores mais à Esquerda passaram a dar maior sustentação ao presidente Goulart, bem como setores do empresariado, apoiados também pela OAB, optaram por um discurso mais à Direita, atacando as Reformas como atos próximos às políticas de países sob as lideranças dos Partidos Comunistas.
MINHA RESPOSTA: “A”
GABARITO OFICIAL: “A”

QUESTÃO 50




Comentário: O cartunista André Dahmer é conhecido (e muito abordado nos Vestibulares) por suas críticas à sociedade contemporânea. Nesta tirinha, busca, aparentemente, criticar o processo de concentração de serviços ou produção de bens nas mãos de cada vez menos empresas (empresas maiores compram ou, pela competição, destroem as menores, como é representado na imagem dos peixes maiores atacando os menores). Essa crítica é interpretada pela “LETRA D”.
MINHA RESPOSTA: “D”
GABARITO OFICIAL: “D”

QUESTÃO 51



Comentário: A questão sobre a Segunda Guerra Mundial, talvez um dos temas mais estudados no pré-vestibular, pode trazer uma dúvida. Analisando primeiramente o texto introdutório, temos a relação da propaganda nazista com a criação do inimigo (aliás, a criação do inimigo é uma das características dos regimes Fascistas). Ora, é sabido que o nazismo buscou combater grupos considerados inferiores, tais como comunistas, ciganos, homossexuais, mas, sobretudo os judeus. A imagem, por sua vez, mostra um judeu (reconhecido por sua indumentária) atrás das bandeiras da Grã-Bretanha, EUA e URSS. No texto, traduzido, aparece: “Por trás das grandes potências inimigas: o judeu”. Com algum descuido é possível que se marque qualquer opção porque tem-se a ideia de que as bandeiras são as representações inimigas. Assim, optar-se-ia pelo anticomunismo se o candidato focalizasse na bandeira da URSS ou por anticapitalismo, se ficasse na bandeira das EUA. No entanto, a tradução da frase é clara, colocando de um lado a Alemanha e, do outro, todas as potências. Assim, seria Alemanha contra o resto, sendo que os outros países eram sustentados pelos judeus. Como a ideia da aniquilação dos povos semitas era uma característica do nazismo, a opção correta é a de “LETRA A”
MINHA RESPOSTA: “A”
GABARITO OFICIAL: “A”

QUESTÃO 53



Comentário: Esta questão trata das epidemias presentes no Rio de Janeiro do começo do século XX. Naquela época, por conta das péssimas condições de vida da população, surtos de doenças eram comuns na então capital da República. Rodrigues Alves foi um dos precursores nas medidas contra essas mazelas (ver “Revolta da Vacina” como um dos movimentos de contestação do período), mas suas atitudes não foram somente positivas. Sua opção pela modernização da capital foi conseguida através de desapropriações e expulsão dos mais pobres para áreas periféricas e para os morros (o que explica um pouco da geografia atual do Rio). Mas a questão pede uma atitude e um resultado para as ações do político. Sendo assim, a “LETRA B” é a melhor alternativa porque fala do combate à insalubridade e, como consequência, a entrada de imigrantes na capital, por conta das melhorias urbanísticas. As “letras A e D” podem atrair candidatos desatentos porque mostram uma atitude verídica, mas um resultado falso.
MINHA RESPOSTA: “B”
GABARITO OFICIAL: “B”

QUESTÃO 54


Comentário: A questão aborda dois momentos históricos. O primeiro, a Revolta da Chibata, cujo herói foi João Cândido, o Almirante Negro. Essa revolta tem origem nas más condições dos marinheiros de baixa patente que conviviam com baixos soldos, má alimentação e castigos físicos, sobretudo os negros. Já Barão de Mauá representa a industrialização do Brasil, resultando na modernização da economia. Assim, a alternativa correta a ser marcada deve ser a de “LETRA D”, uma vez que, como pede a questão, é a única que, respectivamente, responde ao enunciado.
MINHA RESPOSTA: “D”
GABARITO OFICIAL: “D”

QUESTÃO 57



Comentário: Esta questão debate a reaproximação entre os EUA e Cuba. A ilha, até então isolada pelo embargo imposto pelos EUA e pela queda da URSS (bom frisar que o embargo econômico continua valendo) tem sido alvo da revisão da política externa do governo estadunidense. A questão, em termos gerais, pede que o candidato, aponte a conjuntura à época do distanciamento e a atual. Assim, a “LETRA C” atende à pergunta.
MINHA RESPOSTA: “C”
GABARITO OFICIAL: “C”

QUESTÃO 58



Comentário: A questão trata da legalização das relações homoafetivas em diversos países. Traz, inclusive, uma linha do tempo mostrando como os países têm legislado nesse sentido. A legalização dessas relações garante ao envolvidos direitos que superam o ato do amor. Com o reconhecimento da Lei, os casais (com atenção à normativa da Lei de cada país) podem, entre outras coisas, ter direito á herança do parceiro ou adotar crianças. Para mim é claro que se trata de uma questão de unidade jurídica, ou seja, da garantia de que a justiça seja igual para todos, independentemente do sexo do indivíduo. “LETRA C”, portanto. No entanto, o gabarito oficial dá a “LETRA B” como correta e ela fala de diversidade cultural. Ora, “cultura” tem uma definição bastante complexa, mas, grosso modo, é um conjunto de costumes, de hábitos de determinado grupo. Não entendo opção sexual como cultura e sim como reconhecimento do indivíduo. Portanto, mantenho meu gabarito distinto do oficial, ressalvando aos que concordam comigo que a questão fala – e aí pode estar nossa falha – de “mudança de costumes”. De qualquer maneira, uma questão que podia ser muito interessante, foi no mínimo, mal formulada.
MINHA RESPOSTA: “C”
GABARITO OFICIAL: “B”

Dúvidas ou questionamentos ao gabarito podem ser feitas a qualquer hora. Escrevam nos comentários, aqui em baixo, ou nas redes sociais, cujos endereços estão na página.;)

Ideologia

Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver

Os versos fazem parte da música Ideologia, de Cazuza, cantor que morreu em 1990. Suas letras fazem, quase sempre, questionamentos sociais; provocam e, à época, eram taxadas de “rebeldes”. Sempre que leio algum texto que tenta explicar ou busca amparo no termo “ideologia”, lembro-me dessa música. O termo tem sido muito citado, sobretudo nas mídias sociais, para, na maior parte das vezes, para justificar posicionamentos políticos ou temas relacionados. O problema é que muitas pessoas pensam saber o que significa “ideologia” ou – quero acreditar pelo menos nisso – buscam fontes pouco confiáveis. O propósito deste pequeno texto é, então, clarear o conceito de “ideologia”.

De forma geral, o termo “ideologia” pode ser conceituado como um conjunto de ideias, pensamentos ou visões de mundo que o indivíduo (ou um grupo deles) tem. Nessa simplicidade é que moram as subjetividades. O que garante, por exemplo, que as ideias ou os pensamentos entre as pessoas sejam iguais? É bem provável que você saiba que existem opiniões bastante distintas até entre pessoas bem próximas. Assim, a “ideologia”, ou o conjunto de ideias que regem determinados comportamentos ou pensamentos, pode assumir diferentes significados.

O primeiro cidadão a utilizar o termo foi o filósofo francês Destutt de Tracy (1754-1836) num livro intitulado Elements d’idéologie (Elementos de ideologia, em português). Tracy não pensava muito diferente do conceito que encontramos hoje nos dicionários. Para ele, “ideologia” era algo que contribuiria para uma ciência da gênese das ideias, ou seja, algo que organizasse as ideias humanas às percepções sensoriais do mundo externo.

Sendo sempre muito importante e interessante observar a realidade da vida dos autores que elaboram conceitos ou ideias, saiba que Tracy viveu majoritariamente numa França pós-revolucionária, sendo, portanto, observador do amplo processo histórico que aboliu o Absolutismo Monárquico no país. Foi partidário de Napoleão até fazer a autocrítica de que o sujeito, após o Golpe do 18 de Brumário, havia se transformado naquilo que combatia.

Saltando um pouco no tempo, “ideologia” também foi fortemente utilizado por Comte no desenvolvimento do seu Positivismo. Na sua adequação, Comte conferiu mais dois significados à palavra: 1) “atividade filosófico-científica que estuda a formação das ideias a partir da observação das relações entre o corpo humano e o meio ambiente, tomando como ponto de partida as sensações; e 2) conjunto de ideias de uma época, tanto como ‘opinião geral’ quanto no sentido de elaboração teórica dos pensadores dessa época”. (CHAUÍ, s/d. pp. 25-26).

Reparem que mesmo com algumas sutis mudanças entre os conceitos, as ideias permanecem, em essência, as mesmas, ou seja, “ideologia” continua sendo tanto para Tracy quanto para Comte um conjunto de ordenações sociais que determinam “o acreditar” ou a crença.

Ainda mais à frente, Marx também dedicou tempo na sua crítica ao capitalismo para refletir sobre “ideologia”. Para ele, “ideologia” seria um “conjunto de ideias que procura ocultar a sua própria origem nos interesses sociais de um grupo particular da sociedade” (LÖWY, 1985 p. 12). Percebam que a análise de Marx se distingue das anteriores por colocar no campo do conceito um sistema de ideias que legitimaria o poder de um grupo econômico ou social. Assim, para Marx, existiria uma “ideologia” da classe dominante e outra da classe dominada. Os filósofos marxistas estabeleceram adaptações ao longo do tempo e, dessa forma, “ideologia” passou a significar “qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais particulares”. (idem)

Existem muitos outros conceitos adaptáveis a esse tema, mas, fora a análise, é importante pensar que é praticamente impossível imaginar o humano sem valores, sem visões, sem paixões ou sem vontades; em resumo, sem ideologia. É por isso que é extremamente desconfortável bancar a ideia de que ideologias sejam quantificáveis. É fato, porém, que a História está repleta de casos onde determinados valores e ideias nefastas ganharam campo e eco (a ideologia fascista, por exemplo).

Paulo Freire, educador, sintetiza e finaliza bem essa polêmica. Dizia ele que “Não existe imparcialidade. Todos somos orientados por uma base ideológica. A questão é: a sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”

Referências:

CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. São Paulo: Brasiliense, s/d.
LÖWY, Michel. Ideologia e ciência social. São Paulo: Cortez, 1985.

[MERCÊS] Gabarito comentado UERJ

Pessoal, conforme combinado, segue o gabarito comentado das provas da UERJ abordadas no módulo.

Clique aqui para fazer o download do material, que é o mesmo que foi disponibilizado pela escola, mas possui alguns pequenos comentários sobre o porquê das marcações em determinadas questões.

Mesmo que o caderno tenha se esgota, se ainda existirem dúvidas, não deixem de entrar em conato para saná-las, ok?

Temer, ordem e progresso

Com a substituição de Dilma por Michel Temer e as mudanças no programa de governo, o Brasil tem um novo slogan (acompanhado de um novo logotipo). Essa imagem associa o Governo Federal a diversos tipos de programas, além de ser veiculado na impressa privada e na oficial como símbolo de governo. É praxe escolher um slogan que represente, em teoria, as prioridades do comando da nação. Até ontem, o oficial era “Brasil: Pátria educadora”. Hoje, com as mudanças na chefia do Executivo, o slogan passa a ser o mesmo que aparece na bandeira nacional: "Ordem e Progresso". Interessante que a escolha do tema nos remete a muitos pontos históricos, veja alguns.


A bandeira brasileira já passou por algumas mudanças. Na época do Império, por exemplo, o brasão da Família Real era o símbolo nacional máximo. Um tempo depois, de forma provisória e por poucos dias após a recente Proclamação da República, a bandeira foi trocada por uma muito próxima à dos Estados unidos, com exceção das cores, que permaneceram com predominância do verde e do amarelo, e das estrelas que representavam os estados nacionais. Já em 19 de novembro de 1889 entrava em cena a bandeira atual do Brasil com o lema de “ordem e progresso”.

O tema da bandeira – e o escolhido pelo Presidente em exercício – remente ao Positivismo, uma das primeiras correntes do pensamento social que tentou organizar alguns princípios a respeito do homem e da sociedade. Talvez tenha sido um início de tentativa de explicar a organização social de forma científica, ou seja, através de metodologia e de regras. O principal pensador dessa corrente foi o francês Auguste Comte (1798-1857).

O pensamento de Comte derivou do cientificismo, ou seja, da crença absoluta no poder da razão em conhecer a realidade e traduzi-la em leis naturais que substituíram explicações teológicas predominantes até então. Em resumo, era um esforço para compreender o homem e a sociedade à luz da ciência racional.

No período de desenvolvimento destacavam-se os avanços no campo da física, da química e da matemática. O pensamento científico era, portanto, moldados por essas áreas do conhecimento e também influenciados por elas. O Positivismo, dessa forma, aproveitou-se dessa atmosfera, atrelou o conhecimento social às ciências exatas, chegando a ser conhecido como “física social”. Para os defensores da ideia, a sociedade precisa ser entendida como um organismo vivo, constituído por partes integradas de funcionamento harmônico tendendo ao progresso. Assim, qualquer problema verificado nesse processo deveria ser eliminado como aconteceria se um cientista verificasse a existência de um vírus no caminho para uma descoberta significativa.

O otimismo positivista foi muito divulgado pelos núcleos de saber da época. Muito desse entusiasmo devia-se ao progresso do desenvolvimento industrial em pleno vapor. No entanto, à medida que o progresso industrial ganhava forma, os conflitos sociais também se ampliavam. Aumentava o número de empobrecidos e explorados; operários e camponeses ficavam à margem do tão festejado progresso. A sociedade industrial dava sinais claros de que não era assim tão evoluída.

Mas lembremos de que o tema era “Ordem e Progresso” ou, para esse momento de análise em especial, “Ordem PARA o progresso”. Assim, disseminava-se a ideia de que a evolução social só levaria a sociedade da mais simples para a mais complexa e evoluída se existisse um ajuste dos indivíduos às condições estabelecidas que, por sua vez, garantiriam melhor funcionamento da coletividade e o bem-estar da maioria da população.

Nesse cenário, reivindicações, sobretudo a dos pobres e marginalizados pelo processo de industrialização, deveriam ser contidas para não colocar em risco a ordem ou o funcionamento da sociedade. Não podiam, por fim, prejudicar o “progresso”.

Apostila Pré-Ocupa

Pessoal do Pré-Ocupa:

Como combinado, está disponível para download a apostila utilizada na primeira aula.

Compartilhem com os colegas e, em caso de dúvidas ou outras questões, entrem em contato.

Sugiro que procurem na Internet (é bem fácil localizar) exercícios que abordem os temas estudados na aula. É uma boa forma de rever o conteúdo e medir se tudo foi bem compreendido.
Clique aqui para baixar o arquivo. 

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