Chega de números e letras. Na Finlândia...

Dia desses comentei em sala de aula que ouvi queixas de uma mãe de aluna do pré-escolar sobre a “extensa” – segundo ela – carga livre que sua filha tinha no colégio. A indignação inexplicável nascia do fato da criança ter tempo livre demais, usado para brincadeiras e educação física. Para ela, a menina já tinha idade suficiente para entrar num ritmo de estudos sério e pra valer, ou seja, com horário e regras a cumprir.

O processo de educação é o que mais me chama atenção ultimamente. Entender cabeças, mentes e como se aprender alguma coisa é extremamente complexo. Motivador e desafiador, no entanto. Cada vez tenho mais certeza de que a estrutura escolar é um negócio chato e defasado. E pode ser em qualquer colégio: caro, barato ou gratuito. Deparo-me, dia a dia, com alunos que confundo com zumbis, completamente desconectados do mundo dos conteúdos. E pouco dispostos a mudar essa realidade.

Óbvio que reconheço que tenho culpa nesse processo, afinal, quem dá as cartas naquele recinto ainda sou eu; e mesmo que meu discurso seja de negação à sombria hierarquia tradicional, ainda mantenho nas mãos, por diversos fatores, as cartas a serem jogadas à mesa.

Agora há pouco, quando vasculhava fontes e buscava o que ler, deparei-me com esse texto: "Educação Infantil: Chega de números e letras. Na Finlândia, as crianças aprendem somente a brincar e ser feliz' [que pode ser lido clicando aqui].

A Finlândia é o país do momento quando o assunto é educação. Não posso provar nada, mas já li várias reportagem (uma, inclusive, da Ministra da Educação ou cargo equivalente de lá) que me saltaram aos olhos de tanto, digamos, progressismo educacional. É de lá que vem as ideias, completamente opostas à nossa, de deixar alunos o menos possível nas escolas, de entrar mais tarde no primeiro turno e de aniquilar conteúdos isolados, como matemática isenta de física, por exemplo. Desnecessário dizer que o país dá um suporte enorme à classe docente, coisa que não ocorre na “Pátria Educadora”.

Sou contra, sobretudo quando falamos de educação, à adoção de instruções prontas que partem de conjunturas completamente distintas das que vivemos por aqui. No entanto, é preciso avaliar, pensar e repensar práticas nossas do dia a dia escolar. É necessário rever as estruturas escolares, físicas (até!) e humanas, e parar de tapar o sol com a peneira.

Penso que ainda estamos longe, bem longe, da significância tão almejada pelo ensino. Andamos igualmente longe da realidade humana dos nossos ouvintes de sala e não temos projeto concreto algum para mudar isso. As práticas recentes – a interdisciplinaridade, por exemplo – não têm dado muito resultado ou pelo menos seus aprendizados não têm sido muito veiculados e difundidos pelas escolas do país. Ainda nos limitamos e poucos e isolados projetos que maquiam a realidade docente, com bons e regulares projetos, mas a maioria deles não têm continuidade e vivência.

Então, seja verdade ou devaneio, olhar para a Finlândia é o que temos por agora.
Estudemos.

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