É hora de falar e ser ouvido

Sabemos que a tragédia das chuvas que destruiu nossa cidade há pouco mais de um mês é fruto de um conjunto de erros e negligências de décadas! Falta de fiscalização com a ocupação do solo, políticas públicas de habitação inexistentes, poluição do meio ambiente e desmatamento de encostas, somados a uma chuva incomum, causaram danos que serão difíceis de esquecer. Mas, o que podemos fazer?


A reconstrução da cidade será lenta, mas esperávamos que ações mais efetivas do governo federal, estadual e municipal tivessem um início mais imediato. Não é o que está acontecendo.

Depois que a tragédia desapareceu das manchetes dos principais jornais do país, os noticiários do horário nobre pararam de dedicar todo seu tempo a Nova Friburgo e região, e todo aparato das Forças Armadas voltou ao seu local de origem, o que vemos é uma cidade imersa no caos. As chuvas que ainda ocorrem fazem do trânsito de Friburgo algo semelhante à cidade de São Paulo. É praticamente impossível deslocar-se do centro a algum bairro mais próximo em menos de meia hora. Obviamente, a periferia da cidade e os bairros mais afastados são os mais prejudicados; justamente àqueles que foram os protagonistas da tragédia.

Falamos muito que é preciso agir, que a força e a união fazem a diferença. Pois bem: parece que grupos populares e de sindicatos, juntos com outros representantes da sociedade civil estão se organizando na cidade para cobrar melhorias e providências das autoridades “competentes”. O Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, inclusive, divulgou o seguinte comunicado que repasso a vocês, já que, muito provavelmente, não será notícia nos meios friburguenses:

Audiência Popular
12 de março – Sábado, às 11 horas
Obelisco
Praça Dermeval Barbosa Moreira


Carta à População


Depois da catástrofe, são aproximadamente 5 mil desabrigados e desalojados em Nova Friburgo.


Os governos, Municipal, Estadual e Federal até agora só fizeram promessas para solucionar os problemas do povo, principalmente nos bairros mais pobres. Em muitos lugares a falta de energia elétrica, telefones e transportes continuam, e a chuva dos últimos dias mergulhou a cidade no caos.


Os trabalhadores e a população pobre são os que mais sofrem com a falta de estrutura da cidade. O aluguel social não supre a necessidade dos desabrigados. As obras feitas na cidade não dão conta nem de manter o centro da cidade e as vias públicas desobstruídos.


Não há notícia do começo da construção de casas para os desabrigados, mostrando que pode acontecer em Friburgo o mesmo que aconteceu em Santa Catarina , Angra dos Reis e Niterói. Será que as pessoas terão que voltar para as áreas de risco e assumirem o risco por conta própria?


Por isso, nós do Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo convidamos a todos para, no dia 12 de março, ocupar a praça e cobrar, numa audiência popular, a solução competente e rápida para os problemas dos moradores de nossa cidade.


Que o dia 12 seja um dia de luta para que a história de descaso com o povo mais pobre e os trabalhadores não venha a se repetir.


12 de março: dia de luta por respeito e dignidade!


Todos ao Obelisco da Praça do Turismo a partir das 11h


Somente a mobilização das populações atingidas pela catástrofe e dos trabalhadores pode garantir que sejamos ouvidos e atendidos em nossas reivindicações. Vamos construir comitês populares nos bairros e locais de trabalho para lutar em defesa dos nossos direitos!


Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo


COMAMOR, Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Metalúrgicos, Construção Civil, Vestuário, Comércio, Hoteleiros, Bancários, Químicos, Marceneiros, Sindsprev, Sinpro, SEPE, Movimento Educacionista, Associação de Docentes da FFSD, Conlutas, Intersindical, PSOL, PCB, PSTU, PDT, PT, Grupo de Artes “Theatro D.Eugênia”

Estejamos atentos a essa movimentação. É importante refletir sobre esse tipo de atitude. É válida? Participar dos debates é lícito? Qual meu papel de cidadão perante aos problemas de minha cidade? O que fazer para que a reconstrução de Nova Friburgo e região seja efetivada o mais rapidamente possível? Como fiscalizar os poderes?

Esse amontoado de perguntas precisa nortear o nosso pensamento!

Abraços,
Fernando.

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