Fórum “SP Sem Passado: Ensino de História e Currículo”

"Carta Aberta

São Paulo, 16 de Março de 2013.

Recentemente, através das Resoluções nº 81 de 16/12/2011 e nº 2 de 18/01/2013, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo retirou o ensino de História (além de Geografia e Ciências Físicas e Biológicas) dos 1º, 2º e 3º anos da Matriz Curricular dos anos iniciais do Ensino Fundamental e reduziu a presença da disciplina de História a 5% da carga horária no 4º e 5º anos, restando apenas 100 horas de estudo de História numa carga total de 5.000 horas de estudos para as crianças entre 6 e 10 anos de idade.

Soma-se a esse sequestro cognitivo, a proposta curricular São Paulo Faz Escola, criada em 2007 e ainda mantida pela atual gestão do governo do estado, com seus fascículos apostilados voltados aos anos finais do Ensino Fundamental e Médio, denominados Caderno do Professor e Caderno do Aluno, que padronizam práticas, engessam a autonomia e a criatividade dos professores, objetivando o estreito propósito de treinar jovens para obter melhores notas nos sistemas padronizados de avaliação como SARESP, Prova Brasil e ENEM.

Diante desse fato, a ANPUH-SP e ANPUH-Brasil, através de seus GTs de Ensino de História e Educação, promoveram, no dia 16 de março do corrente ano, o Fórum SP Sem Passado: Ensino de História e Currículo no auditório da Faculdade de Educação da USP, que contou com cerca de 120 participantes, entre professores do Ensino Fundamental e Médio, estudantes de História e Pedagogia, além de professores e pesquisadores de ensino de História da FEUSP, FFLCH-USP, UNIFESP, UNESP, PUC-SP, UNICAMP, UNINOVE e FIG.

Durante o evento, foi ressaltada a defesa da escola pública e destacou-se a importância do ensino de História na formação de crianças, jovens e adultos, pelas possibilidades de ampliação do conhecimento do mundo historicamente constituído, compreensão das temporalidades históricas, reflexão crítica sobre ações, acontecimentos e processos de transformação, e formação humanística. Da mesma forma, foi expressa uma legítima preocupação diante da ausência do ensino de História para crianças, adolescentes e adultos, que serão educados (ou deseducados) na ignorância do passado, resultando numa bomba de lesa-conhecimento.

Além disso, a proposta indica de forma absolutamente equivocada, que disciplinas como História, Geografia e Ciências não contribuem para o processo de alfabetização e letramento das crianças. Cria-se uma artificial e inverídica oposição entre esses conhecimentos, como se o ensino dessas disciplinas fosse incompatível com Língua Portuguesa e Matemática, negando todas as discussões teóricas e as práticas bem sucedidas, acerca da interdisciplinaridade, e as potencialidades que trabalhos dessa natureza representam para o processo de aquisição da leitura e da escrita. Assim, ao invés de aprofundar a formação dos professores quanto ao conhecimento da especificidade dessas disciplinas escolares visando ampliar as possibilidades de trabalhos que assegurem formas significativas de aprendizagem para os alunos, a SEE/SP prefere promover a subtração de disciplinas básicas do currículo, restringindo o conhecimento de uma expressiva parcela das crianças paulistas, aviltando, inclusive, a formação do professor.

Se, como disse o poeta Décio Pignatari, 'na geleia geral brasileira (e paulista), alguém tem de fazer o papel de medula e de osso', a ANPUH, mais uma vez não se furta a esse papel e, assim como nas décadas de 1970 e 1980 em que se insurgiu contra a implementação de Estudos Sociais, agora se posiciona contra as propostas curriculares que desqualificam e extirpam História, Geografia e Ciências da formação das crianças paulistas. Sabemos que essas práticas que retiram a História e promovem a amnésia social, promovem também o apagamento e o silenciamento do passado ao deliberadamente ignorar o debate acumulado sobre a História escolar das últimas décadas, bem como as pesquisas nesse campo, instituindo um ensino excludente que priva a parte mais sensível da população, as crianças em formação, do conhecimento histórico".



GT de Ensino de História e Educação da ANPUH-SP
GT de Ensino de História e Educação da ANPUH-Brasil




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Secretaria da Sociedade Brasileira de História da Educação (SBHE)
Universidade Federal do Espírito Santo

Programa de Pós-Graduação em Educação
Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, CEP. 29060-970, Vitória, Brasil

Jingles políticos históricos

Sobre os jingles políticos que mencionei na aula de hoje, vejam os links abaixo:

Jogo do UOL, onde você precisa adivinhar o nome do político através da música. Alguns são fáceis; outros, nem tanto. Os pais de vocês, certamente vão gostar. Mostrem e eles. (nas múuicas, os nomes dos candidatos são omitidos propositalmente); 

Sobre a definição do que é jingle.(artigo em PDF);

    Abaixo, o jingle  do Jânio:




    Jingle do Getúlo (que eu cantei brilhantemente):




    Jingles históricos para a presidência (outro vídeo)


    Pinheirinho


    Combinamos de fazer um trabalho opcional sobre o vídeo que assistimos na última aula. Ele faz um paralelo histórico da Guerra de Canudos, no início da República, com a História atual. O aluno deve, individualmente, criar um texto crítico que revele sua opinião sobre o vídeo exibido. Essa tarefa vale 10 pontos e será acrescida à nota da prova já realizada. Excelente oportunidade para levantar a galera que não foi muito bem.O texto deve ter, em média, 20 linhas.

    Prazo final para entrega:
    901 - 16/04
    902 - 17/04

    nenhum trabalho pode ser entregue fora dessa data ou fora da aula de História. Logo, trabalhos deixados na Coordenação não serão aceitos.

    Correção do Primeiro Exame de Qualificação da UERJ – 2013.

    A correção acontecerá no dia 26 de abril;

    Começaremos a partir das 18:30h. Quem não puder chegar exatamente neste horário, poderá entrar com o decorrer da correção;

    A correção está aberta para todos os alunos do Ensino Médio interessados e ocorrerá da seguinte maneira:



    • A prova que será corrigida é a do PRIMEIRO EXAME DE QUALIFICAÇÃO de 2013, que pode ser visualizada e baixada neste endereço: http://www.vestibular.uerj.br/portal_vestibular_uerj/arquivos/arquivos2013/provas_e_gabaritos/1eq/2013_1eq_prova.pdf (o colégio disponibilizará as cópias para os alunos interessados)
    • Analisaremos, uma a uma, as questões da prova de Ciências Humanas e suas tecnologias, que podem ser identificadas como parte da prova de História e Sociologia (questões de números 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51);
    • Os Exames xerocados serão entregues com antecedência aos alunos interessados que devem portar a prova feita no dia da correção;
    • O tempo de aula será de aproximadamente 1:30h.

    Trabalho para o 1º ano: Política

    Como foi combinado na aula de hoje, seguem algumas questões que podem contribuir para o trabalho de História.

    Importante! A data para entrega/apresentação é 18/04. Em nenhuma hipótese os trios poderão entregar após esta data.

    O trabalho, como já mencionado, pode ser feito em trio. Apenas um grupo, com quatro integrantes, poderá ser formado.

    A metodologia do trabalho é a seguinte:

    QUAL A PERCEPÇÃO DO TERMO 'POLÍTICA' PARA AS PESSOAS?

    Através de entrevistas, os alunos devem recolher as impressões sobre política de pessoas dos mais diferentes grupos sociais. O roteiro para a pesquisa é o seguinte:

    1) O que a palavra política te faz lembrar?
    2) O que você acha que faz você ter essa opinião sobre política?
    3) Onde você busca informações sobre os acontecimentos políticos?

    Às três perguntas, podem ser acrescidas outras a critério do trio.

    Após recolher as respostas, os alunos deverão criar uma apresentação para os dados. Por exemplo: Apresentação de slides, apresentação oral, apresentação de áudio e/ou vídeo etc.

    O trabalho vale 50 pontos e as notas são individuais, ou seja, um trio pode ter notas diferentes. Serão avaliados tanto o levantamento dos dados quanto a apresentação. A platéia também será avaliada.

    Para contribuir mais um pouco, segue o texto de Brecht (se quiser conhecer mais um pouco sobre ele, clique aqui), que mencionei em aula, “O Analfabeto Político”.


    O ANALFABETO POLÍTICO
    O pior analfabeto
    É o analfabeto político,
    Ele não ouve, não fala,
    Nem participa dos acontecimentos políticos.
    Ele não sabe o custo da vida,
    O preço do feijão, do peixe, da farinha,
    Do aluguel, do sapato e do remédio
    Dependem das decisões políticas.
    O analfabeto político
    É tão burro que se orgulha
    E estufa o peito dizendo
    Que odeia a política.
    Não sabe o imbecil que,
    da sua ignorância política
    Nasce a prostituta, o menor abandonado,
    E o pior de todos os bandidos,
    Que é o político vigarista,
    Pilantra, corrupto e lacaio
    Das empresas nacionais e multinacionais.


    QUEM FAZ A HISTÓRIA

    Quem construiu a Tebas das sete portas?
    Nos livros constam os nomes dos reis.
    Os reis arrastaram os blocos de pedra?
    E a Babilônia tantas vezes destruída
    Quem ergueu outras tantas?
    Em que casas da Lima radiante de ouro
    Moravam os construtores?
    Para onde foram os pedreiros
    Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
    A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
    Quem os levantou?
    Sobre quem triunfaram os Césares?
    A decantada Bizâncio só tinha palácios
    Para seus habitantes?
    Mesmo na legendária Atlântida,
    Na noite em que o mar a engoliu,
    Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
    O jovem Alexandre consquistou a Índia.
    Ele sozinho?
    César bateu os gauleses,
    Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
    Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
    Ninguém mais chorou?
    Fredrico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
    Quem venceu além dele?
    Uma vitória a cada página.
    Quem cozinhava os banquetes da vitória?
    Um grande homem a cada dez anos.
    Quem pagava as despesas?
    Tantos relatos.
    Tantas perguntas.

    Bertolt Brecht
    (1898-1956)

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